FC Porto. A caminhada até à conquista do campeonato

por Inês Geraldo - RTP
Herrera marcou na Luz e expôs o símbolo do FC Porto da sua camisola Manuel de Almeida - EPA

O FC Porto conquistou este domingo o 28.º campeonato nacional da sua história. A equipa de Sérgio Conceição deixou para trás a concorrência de Sporting e Benfica e alcançou o primeiro título em cinco anos. Visto como a grande prioridade, o FC Porto começou o campeonato de forma assertiva conhecendo a derrota apenas no mês de março, já na 26.ª jornada. Depois de percalços em Paços de Ferreira e Belém, o Dragão arriscou e saiu vencedor do Clássico frente ao Benfica, no Estádio da Luz. Momento crucial da época para o FC Porto, que não mais perdeu a liderança e festeja a conquista da liga portuguesa.

A 9 de agosto o FC Porto começou mais uma edição da Liga Portuguesa no Estádio do Dragão. Sérgio Conceição foi escolhido como o novo treinador com o objetivo de levar os dragões a um novo título de campeão nacional, que fugia desde 2013. Frente ao Estoril, o FC Porto não podia ter dado melhor início à sua participação no campeonato.

Uma goleada por 4-0 foi o primeiro passo dado pelo FC Porto para garantir o 28.º título de campeão nacional da sua história. Com um comando técnico renovado, os jogadores mostraram a melhor faceta do treinador em campo. Aguerridos, a nova equipa azul e branca esteve irrepreensível nas primeiras 25 jornadas de campeonato.
Vinte e cinco jogos sem perder
Aproveitando da melhor maneira jogadores como Yacine Brahimi, Vincent Aboubakar ou Moussa Marega, Sérgio Conceição montou uma equipa que se mostrou durante a maior parte da época muito agressiva e assertiva nas partidas que disputou.

Nas primeiras sete jornadas que jogou, sete triunfos. Vinte e um pontos averbados, taco a taco com o bom início de Liga feito pelo Sporting. Dos sete jogos, quatro terminaram em goleadas. Estoril, Moreirense, Desportivo de Chaves e Portimonense foram incapazes de parar um ataque demolidor e uma defesa de betão, liderada por Felipe e Iván Marcano e coadjuvada por Alex Telles e Ricardo Pereira.

Todas as goleadas foram conseguidas no Estádio do Dragão perante os próprios adeptos. Marega, Aboubakar e Brahimi deram o mote para exibições dominadoras e golos para todos os gostos.

A primeira perda de pontos surgiu no Estádio de Alvalade. Num jogo equilibrado, um duelo de titãs e um empate entre as equipas de Sérgio Conceição e Jorge Jesus. No entanto, a resposta dada pelo FC Porto na partida seguinte foi demolidora. Triunfo de 6-1 sobre o Paços de Ferreira, no Dragão.


Com uma equipa solidária entre si e aguerrida, os golos do FC Porto foram sendo divididos por Marega, Aboubakar, Soares e Brahimi, com a ajuda do grande assistente do campeonato português, Alex Telles.

Depois de mais dois triunfos, em que se destaca uma vitória de 3-0 no Bessa, frente ao Boavista, o FC Porto cedeu dois empates. Primeiro, na Vila das Aves, e depois no Dragão, frente ao Benfica.

A tentar chegar a um inédito penta, a equipa de Rui Vitória não começou bem a temporada e teve teste de fogo no reduto dos Dragões. A partida terminou com um empate a zero. Entre o futebol jogado houve muita polémica na arbitragem de Jorge Sousa.

Na jornada seguinte, viagem a Setúbal. O FC Porto deu uma resposta cabal à perda de pontos e voltou a deixar em campo uma exibição demolidora. Resultado de 5-0 com um espetáculo de golos de Aboubakar e Moussa Marega, com o maliano a conseguir um hat-trick.


Nos dez jogos seguintes, a equipa de Sérgio Conceição continuou invicta. Com 30 pontos em disputa, 28 foram conquistados. Apenas o Moreirense roubou pontos, em Moreira de Cónegos, num empate sem golos.

À 25.ª jornada, o triunfo caseiro sobre o Sporting por 2-1 apontava para uma liderança mais tranquila mas as três jornadas seguintes colocaram em dúvida a campanha invica do FC Porto. Em 25 jogos de campeonato, o FC Porto venceu 21 e empatou apenas quatro.
Derrotas em março e liderança perdida
O mês de março afigurou-se difícil para a equipa de Sérgio Conceição. Perda de fulgor dos jogadores no campeonato levou à primeira derrota da época. Aconteceu a 11 de março, em Paços de Ferreira. O defesa Miguel Vieira marcou ainda na primeira parte o único tento que fez o FC Porto perder os três pontos, numa partida em que os Dragões tiveram queixas para com o antijogo pacense.

Seguiu-se o Boavista em casa. Jogo conseguido da equipa portista, que venceu por 2-0 com golos de Felipe e Herrera. Na jornada 28, o FC Porto sofreu novo revés. Em Belém, a equipa de Sérgio Conceição não foi capaz de travar o Belenenses de Silas e perdeu por 2-0.


Nova derrota em apenas três jogos e a liderança perdida para o Benfica, que ficava um ponto à frente do clube da cidade invicta. No entanto, o FC Porto ficou no segundo lugar apenas por uma jornada.
O arranque definitivo para o título

Depois do desaire no Restelo, o FC Porto encetou a perseguição ao líder Benfica. Vitória na jornada 29 frente ao Desportivo das Aves por 2-0 e de seguida deslocação ao Estádio da Luz.

No reduto do Benfica jogou-se a partida do título. Num Estádio da Luz repleto, o empate sem golos parecia que ia predominar até ao apito final de Artur Soares Dias. Primeira parte mais pressionante dos encarnados e segunda metade com o FC Porto a arriscar mais.

Um risco que compensou quando já perto dos 90 minutos Hector Herrera gelou a Luz. Recuperação à entrada da área benfiquista e remate portentoso que Bruno Varela só pôde seguir com os olhos.


Golo fantástico do capitão mexicano no Estádio da Luz que devolveu a liderança à equipa de Sérgio Conceição e o passaporte para o 28.º título de campeão nacional. Com vantagem no confronto direto frente ao grande rival de Lisboa, o FC Porto não quis deixar dúvidas na conquista pelo título que fugia desde 2013.

Depois de um triunfo suado do Benfica no Estoril, os dragões foram perentórios quando receberam na jornada 31 o Vitória de Setúbal. Goleada por 5-1, com uma entrada lancinante frente à equipa de José Couceiro.

Aos 16 minutos, o FC Porto já vencia o adversário por claros 3-0, com golos de Moussa Marega, Iván Marcano e Yacine Brahimi. João Amaral marcou golo de honra dos sadinos, que ainda viram Jesús Corona e Alex Telles a estabelecerem o resultado final em 5-1.

A partida que se seguiu foi num dos campos mais difíceis para o FC Porto nos últimos anos. O Marítimo recebeu os Dragões ainda em posição de lutar pelas competições europeias e quase tirou pontos aos azuis e brancos.


No entanto, Moussa Marega saltou, aos 89 minutos, mais alto que a defesa maritimista e deu um triunfo que colocou o título a caminho do Dragão. É que antes de um triunfo complicado no Caldeirão do Funchal, o Benfica já havia sido surpreendido pelo Tondela no Estádio da Luz e ficava a cinco pontos da equipa de Sérgio Conceição.
Jogos frente aos ‘grandes’
Para além de dominar mais de dois terços do campeonato com mais 20 triunfos nos primeiros 25 jogos, o FC Porto também soube fazer a diferença nos jogos com os chamados ‘grandes’.

Na primeira volta, as partidas frente a Sporting (em Alvalade) e Benfica (no Dragão) terminaram empatados a zero mas a segunda volta trouxe desfechos diferentes.

À jornada 25, o FC Porto recebeu o Sporting no Estádio do Dragão e venceu. Marcano inaugurou o marcador, Rafael Leão empatou no fim da primeira parte e já nos segundos 45 minutos, Brahimi fez o 2-1, após assistência do regressado Gonçalo Paciência.


No Estádio da Luz, o FC Porto voltou a fazer estragos, depois de conseguir uma vitória e um empate nas duas temporadas anteriores. Depois de uma partida algo equilibrada, com cada uma das equipas a dominarem uma das partes, o 0-0 parecia ser o resultado final. Marcador que não interessava ao FC Porto e que foi desfeito pelo capitão Herrera.

Remate fora da área que bateu Varela e catapultou o FC Porto para a liderança e a conquista do 28.º campeonato da história dos Dragões. A 5 de maio de 2018, um empate entre Sporting e Benfica deu o título à equipa de Sérgio Conceição, ainda com dois jogos por disputar.
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