Em direto
Guerra na Ucrânia. A evolução do conflito ao minuto

Ex-futebolista Toni, das obras no Luxemburgo para o governo da Guiné-Bissau

por RTP
Foto: Bomdia Europa - DR

Nos corredores do palácio do governo da Guiné-Bissau circula agora Toni, ex-avançado do FC Porto e campeão Mundial de futebol por Portugal nos sub-20 em 1991, atualmente nas vestes de assessor do ministro do Desporto.

Quase sempre com calças de ganga, camisas de mangas compridas, cabeça rapada e um sorriso fácil, Toni é funcionário do governo guineense, mas recusa-se a ser rotulado de político, até porque, diz, não percebe nada de política.

Em entrevista à agência Lusa, Toni diz que é "um homem humilde", que não se deixa melindrar com o que tem sido o seu percurso de vida.

"Tudo me tem acontecido naturalmente. Como costumo dizer, sou um homem simples e humilde adaptado às circunstâncias", afirmou Toni, numa entrevista na sala de reuniões do ministério do Desporto, no meio de mais uma das várias reuniões que faz diariamente com a equipa do ministério.

Toni começou por lembrar o seu percurso de vida.

Primeiro a fama e o estrelado em Portugal, depois trabalhador nas obras no Luxemburgo e, desde 2015, assessor do ministro do Desporto no país que o viu nascer no bairro de Pefine com o nome de Nelson Gama, em 1972.

Toni enfatiza que pode ajudar a Guiné-Bissau com a sua experiência de mais de 20 anos de futebol na Europa, sobretudo com o seu percurso no FC Porto, onde diz que se formou como homem e jogador.

"Apreendi muito e bem em Portugal, mas só do desporto e futebol em particular", sublinha Nelson Gama, conhecido apenas por Toni, que apenas lamenta não ter investido mais nos estudos.

Toni não se vê no cargo de selecionador da Guiné-Bissau, por se considerar um facilitador, um transmissor de experiência, mas orgulha-se de ter tido "papel preponderante ao lado de mais três pessoas" no processo que culminou com a primeira participação do país na fase final da Taça das Nações Africanas em futebol, que decorreu no Gabão, no início do ano.

Só volta a lamentar que o futebol guineense esteja a ser "morto por estar inundado de pessoas que não o amam", frisa.

Diz que "muita gente" que está no futebol só quer autopromoção em vez de ajudar a desenvolver aquele desporto.

Sobre o campeonato português, Toni não tem dúvidas de que o "amigo e colega de percurso" da formação aos seniores do FC Porto, Sérgio Conceição, "profundo conhecedor da casa", vai levar o clube à conquista da prova.

"O Porto apresenta mais consistência do que os principais rivais", defende Toni, que vê o Benfica desgastado com a saída de vários jogadores e ainda com as suas "principais unidades esgotadas".

PUB