Entrevista RTP. André Villas-Boas afirma que sócios do FC Porto "querem clube na modernidade"
Em entrevista à RTP, André Villas-Boas falou sobre a força da candidatura à presidência do FC Porto, depois de 42 anos de Jorge Nuno Pinto da Costa. O antigo treinador acusa a candidatura do opositor de dizer "várias barbaridades", fala em Andoni Zubizarreta para a direção desportiva dos azuis e brancos e afirmou que os sócios estão fartos e querem ver o FC Porto "na modernidade".
André Villas-Boas explicou, em entrevista a Hugo Gilberto, que preparou a candidatura de forma criteriosa e que o FC Porto está num momento da sua história que é decisivo. “Temos um grande passivo. Anualmente adicionamos prejuízo às nossas contas. Se Pinto da Costa continuasse na presidência, podíamos estar a caminho da ruína financeira”.
O candidato afimrou que a esta altura, o FC Porto já não se faz valer de “retoques de maquilhagem” e que os líderes devem assumir responsabilidades tanto nas vitórias como nas derrotas, criticando a perda de capacidade financeira do clube nos últimos anos.
E acrescentou: “Este é o reflexo de uma gestão que estagnou no tempo”.
Em relação à continuidade de Sérgio Conceição, o candidato à presidência acredita que deve haver uma conversa com Sérgio Conceição e que se deve respeitar o técnico azul e branco por manter-se à margem do ato eleitoral.As “barbaridades” e a direção desportiva de Zubizarreta
André Villas-Boas refletiu sobre as declarações de Pinto da Costa em relação à candidatura de Villas-Boas. O presidente do FC Porto acusou o antigo treinador estar ligado às más arbitragens de que o clube está a ser vítima nos últimos jogos e as acusações de Vítor Baía de que Villas-Boas é o candidato de Antero Henrique.
“São declarações infelizes de Pinto da Costa. Nunca pensou que a minha candidatura gerasse tanta onda de entusiasmo. Isto confrontou o presidente com uma situação que nunca teve em 42 anos. Os sócios fartaram-se e querem a mudança. Querem o clube na modernidade”.
Sobre as declarações de Vítor Baía, André Villas-Boas foi perentório: “Não posso passar a vida a desmentir a quantidade de barbaridades ditas pela outra candidatura”.
Questionado sobre a possibilidade de Andoni Zubizarreta ser o novo desportivo do FC Porto, Villas-Boas não confirmou mas deixou essa opção em aberto.
“Tenho planos bem definidos para a direção desportiva. O FC Porto de futuro assenta numa direção desportiva sustentada. É possível que aconteça e será um anúncio do agrado dos associados”Os acontecimentos da Assembleia-Geral
“Um dia para jamais se esquecer e que não é para repetir”. Foi assim que André Villas-Boas falou dia da Assembleia-Geral em novembro que terminou com vários desacatos.
“É um marco histórico negro na história do clube. Houve um sinal de vitalidade dos associados e os incidentes foram graves, de intimidação, de agressões, de tentarem impedir as pessoas de expressarem as suas opiniões”.
Sobre as claques, André Villas-Boas falou da sua importância mas diz que não pode haver disparidades entre sócios e simpatizantes no que toca à bilhética. “Há falta de equidade e isso levou à frustração de muitos adeptos”. O candidato falou ainda dos incidentes perto da sua casa e em como não sente insegurança depois de lhe ter sido atribuída proteção.O presidente sem remuneração
Sobre o futuro no FC Porto caso seja eleito presidente, André Villas-Boas garantiu que não vai receber salário e que a nova administração terá de dar o exemplo, lembrando que nos últimos doze anos, o clube da cidade invicta gastou 27 milhões de euros apenas em remunerações.
Villas-Boas criticou as ameaças que o ecossistema do futebol vive nos dias de hoje com os grandes grupos desportivos (City, PSG ou Redbull) mas que o FC Porto deve ser capaz de criar equipas competitivas e escolher treinadores e jogadores com critério.
“São sinais de mudança que levam muitas coisas a tornarem-se sensíveis. Para o FC Porto chegar a uma final europeia tem de estar ao mais alto nível”.
Sobre o dia da eleição no dia 27 de abril, André Villas-Boas afirmou que se deve votar de forma racional, mantendo a emoção e delcarou que estas serão as eleições mais concorridas da história do FC Porto.
“Que haja transparência, que haja escolha. Que toquem as emoções, que toquem as razões. E que o novo presidente seja o presidente de todos os associados do FC Porto”, concluiu o candidato à presidência do clube azul e branco.