Assim começou uma viagem de futebol e festa por todo o país. Depois da construção de dez estádios (com muita polémica à mistura), o Estádio do Dragão vestiu-se a rigor. Portugal abriu o Europeu frente à Grécia.
Apesar do entusiasmo, Giorgios Karagounis marcou o primeiro golo do Euro 2004 e Basinas fez o 2-0 no início da segunda parte. Apenas nos minutos finais os portugueses festejaram após Cristiano Ronaldo ter reduzido para 2-1, naquele que foi o primeiro golo internacional do agora capitão português.O entusiasmo deu lugar à deceção, mas o que estaria para vir seria uma viagem de união e felicidade pelo povo português e personificado numa seleção nacional que fez do seu público o seu grande trunfo.Os jogos com a Rússia e a Espanha tornaram-se provas de fogo para a seleção portuguesa e ambas foram ultrapassadas com distinção. Maniche, Rui Costa e Nuno Gomes marcaram os golos que deram a passagem aos quartos-de-final do Euro 2004.
A 24 de junho, o Estádio da Luz atendeu ao apelo de Luiz Felipe Scolari e encheu os 65 mil lugares do recinto. Depois de começar a perder, Hélder Postiga deu esperança ao empatar nos últimos dez minutos e ao levar a partida para prolongamento. Rui Costa, num golpe de génio, deu a vantagem pela primeira vez a Portugal mas Frank Lampard voltou a empatar o jogo que acabaria por ir a grandes penalidades.
Num dos momentos mais icónicos da Seleção Portuguesa em fases finais de grandes competições, David Beckham começou por falhar o castigo máximo e Rui Costa também falhou a sua tentativa. Após seis grandes penalidades, Darius Vassell avançou para converter e Ricardo tornou-se protagonista.
O guarda-redes defendeu o remate do avançado inglês sem luvas e a seguir enfrentou David James. Num remate colocado, Ricardo marcou o golo decisivo e levou o Estádio da Luz ao rubro e Eusébio às lágrimas.
Seguiu-se a meia-final da prova, frente à Holanda. Alvalade voltou a aceitar a chamada e foram Cristiano Ronaldo e Maniche a marcar os golos que, pela primeira vez, apuraram Portugal para a primeira final da sua história. A 4 de Julho de 2004, o Estádio da Luz voltou a receber a seleção para disputar a final frente à Grécia. Depois da derrota no primeiro jogo com os helénicos, Scolari e companhia esperavam mudar a sorte do jogo de abertura.
No entanto, aquilo que começou com uma grande festa por todo o país terminou em desilusão. Aos 57 minutos, Angelos Charisteas respondeu da melhor maneira a um pontapé de canto e antecipou-se a Ricardo marcado o único golo da partida.
Sem conseguir ultrapassar a muralha grega, uma boa parte dos jogadores portugueses terminaram o jogo em lágrimas, o que contrastou a com a felicidade grega. Zagorakis, capitão grego, acabou por levantar a taça que, 12 anos depois, seria portuguesa.