Passadas três semanas do início do Euro 2016, Portugal foi a primeira equipa a conseguir a qualificação para as meias-finais. Foram cinco partidas disputadas até agora pela Seleção Nacional e todas elas com algo em comum: acabaram empatadas. Em prolongamentos e penaltis, Portugal tem tido um percurso acidentado. Recordamos como a equipa das quinas se tornou na primeira semifinalista em França.
Inserido no Grupo F do Campeonato Europeu, Portugal tinha (teoricamente) uma das tarefas mais fáceis em fases de grupo. Islândia, Áustria e Hungria foram os adversários que calharam às hostes portuguesas e três triunfos era o resultado esperado por todos os amantes de futebol.
No entanto, bem se sabe que no futebol nada corre como na teoria e a equipa das quinas acabou com três empates e muito perto de regressar a Portugal muito antes do que estava previsto.
O primeiro embate foi contra a Islândia. Uma equipa honesta e com pretensões claras. Jogaram com as armas de que dispunham e conseguiram com muita persistência e organização um ponto. Birkir Bjarnason aproveitou a apatia portuguesa para fazer história no seu país e colocar Portugal numa posição apta para o gozo geral na Europa. O empate foi a um golo e Nani estreou os festejos portugueses em Saint-Etiénne.
Jornalista: Alexandre Albuquerque
As duas partidas seguintes pediam vitórias claras mas a equipa de Fernando Santos voltou a não conseguir materializar domínio de posse de bola e remates em golo. Contra a Áustria, um nulo desolador, do qual se destaca uma grande penalidade falhada por Cristiano Ronaldo e a aptidão de Nani para encontrar o poste da baliza de Almer.
No terceiro e decisivo jogo da fase de grupos, uma partida esquizofrénica acabou com um empate a três frente à Hungria. Um jogo em que sempre a equipa das quinas tentou a resposta para conseguir a vantagem acabou por ser surpreendida por golos húngaros inesperados e cuja contribuição portuguesa foi fulcral. Ainda assim, é o primeiro golo de Cristiano Ronaldo que é o maior destaque
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Após a partida, o segundo lugar foi o que se arranjou mas a Islândia fez o obséquio de nos colocar no terceiro, depois de vencer a Áustria nos descontos. Resultado? Em vez de reencontrarmos a Inglaterra, recuámos 20 anos e voltamos a ter a Croácia à nossa frente.
Depois do 3-0 de 1996, um 0-0 em 2016. Isto no tempo regulamentar. A grande fase de grupos da Croácia fez Portugal recear o adversário, e os croatas mesmo sabendo da pobre fase de grupos portuguesa, sabiam que do outro lado individualidades como Ronaldo e Quaresma podiam resolver.
Numa partida quase jogada a medo, foi só nos últimos minutos do prolongamento que Portugal conseguiu a sua primeira vitória.
Contra-ataque clínico. Depois de um cabeceamento ao poste defendido por Patrício, Quaresma ajuda na defesa, Ronaldo pega no esférico no meio-campo defensivo e encontra Renato. O miúdo transporta até à área croata, passa para Nani e uma trivela a rasgar a defesa croata encontra Ronaldo. CR7 remata para grande defesa de Subasic mas Quaresma estava lá. Cabeceamento para um golo vitorioso e mais uma presença nos quartos de final de um Europeu.
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Seguiu-se a Polónia. Sem a menor das dúvidas a melhor exibição da equipa portuguesa neste Euro 2016, apesar de aos dois minutos já estar a perder. O miúdo da Musgueira empata aos 32 minutos depois de uma combinação primorosa com Nani e no fim... o empate. Mais um prolongamento e a agonia dos penaltis.
Cristiano Ronaldo, Renato Sanches, João Moutinho, Nani, Rui Patrício e Ricardo Quaresma. Sim. Leu bem. Rui Patrício lá pelo meio. O guarda-redes português foi uma das figuras da noite ao fazer uma grande defesa após penálti batido por Jakub Błaszczykowski. Estirada para a esquerda, palmada na bola e defesa da noite.
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A seguir, Ricardo Quaresma. Aos 32 anos, o jogador do Besiktas sabe o que é pressão e o que é não deixar afetar-se por ela. E com toda a calma do mundo, Quaresma bateu Fabianski pela quinta vez. Resultado: Portugal nas meias-finais. Sem qualquer vitória, é verdade, mas também sem ter concedido qualquer derrota.
Quem se destacou?
É uma pergunta complicada quando ineditamente uma equipa chega às meias-finais de uma competição sem qualquer vitória mas a equipa das quinas teve em vários jogadores o dínamo essencial para não regressar a casa mais cedo.
Numa fase de grupos pouco famosa, são poucos os nomes a destacar. No entanto, podemos falar das exibições de Raphael Guerreiro e Nani que mostraram ser dos melhores de Portugal. O menino, agora do Borussia de Dortmund, dá a segurança defensiva que Eliseu não consegue dar e dá profundidade ao corredor sempre com grande perigo.
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Na frente de ataque, Ronaldo só apareceu ao terceiro jogo mas Nani foi dos mais esforçados. Com dois golos, um à Islândia e outro à Hungria, o jogador de 30 anos foi dos que mais se destacou da equipa das quinas.
No 'mata-mata' novos nomes surgem. Dos melhores frente à Croácia e Polónia, Pepe e Rui Patrício. Imperiais nas suas funções pouco foi o que deixaram passar por ti. Mas há mais. Adrien Silva. Alguém se lembra de Modric frente a Portugal? Não? Foi devido a Adrien que tal passa. Incansável, um verdadeiro pulmão que não deixou o craque do Real Madrid jogar.
Mais? Renato Sanches. Um poço de força, para o miúdo da Musgueira não existe jogo para trás, o esférico é sempre levado para a frente. Destaque para a segunda parte conseguida frente à Croácia e o grande jogo que fez diante da Polónia. Dezoito aninhos e um golo pela Seleção e logo no Euro.
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Por último, Ricardo Quaresma. Fala-se em talismã e talvez seja mesmo verdade. Sempre que entra, o 'mustang' continua a mostrar traços de imprevisibilidade, como se ainda tivesse 18 anos. Não os tem, e a magia junta-se à experiência. No lugar certo à hora certa, fez o golo que selou o apuramento para os quartos de final frente à Croácia. Parece renascido, com uma segunda vida e a seleção beneficia disso mesmo.