No entanto, defendeu de seguida que “esta cerimónia solene desta forma, neste modelo, não devia estar a acontecer”, afirmando que Mário Soares “é também cúmplice e ativista de um sistema de donos disto tudo, que se iniciou à sua sombra e se manteve à sua sombra”.
“À sombra de Mário Soares muitos enriqueceram, por si ou por intermédio. (…) À sombra de Mário Soares criou-se uma cultura de impunidade política que deixa até hoje as suas teias e o seu rasto”, disse André Ventura, tecendo ainda duras críticas ao que diz ter sido “um processo de descolonização desastrosa e desumana”.
“Nenhuma cerimónia evocativa podia algum dia esquecer aquele que é também um legado profundamente negro daqueles que depois do 25 de abril conduziram Portugal, e de que Mário Soares é um dos principais responsáveis”, concluiu.