Seis horas alucinantes na Coreia do Sul

por RTP

Foi uma madrugada de sobressalto para os sul-coreanos. Tudo começou com a declaração do presidente do país, ao declarar a lei marcial.

Foi o início de um braço de ferro que terminou horas depois, com Yoon Suk Yeol a desfazer a decisão que o próprio tinha anunciado, pressionado pelo Parlamento.

Fazemos o resumo dos principais acontecimentos das últimas horas.

  • Pelas 23h00 locais (14h00 em Portugal Continental), o presidente da Coreia do Sul declarou a imposição da lei marcial de emergência. Numa declaração transmitida pela televisão, Yoon Suk Yeol acusou a oposição de paralisar o Parlamento e de simpatia para com a Coreia do Norte.
  • O Partido Democrata, que tem maioria no Parlamento, convocou os deputados ao Parlamento.
  • No Parlamento, com 190 dos 300 deputados presentes, houve uma votação unânime. Segundo a Constituição, o presidente deve cumprir a vontade dos deputados neste caso.
  • Milhares de manifestantes juntaram-se à frente da Assembleia Geral do país, em Seul, perante um grande dispositivo de segurança. A concentração começou pouco depois do discurso do presidente e muitos acabaram por ficar toda a noite em protesto. Só desmobilizaram quando o presidente sul-coreano anunciou que iria suspender a lei marcial.
  • O volte-face protagonizado pelo presidente surgiu pelas 5h00 (hora local). O presidente anunciou que iria levantar a lei marcial assim que fosse possível reunir o seu gabinete, no seguimento da votação que decorrera entretanto na Assembleia Nacional. Em frente ao Parlamento, os manifestantes celebraram.
  • A nível interno, o principal partido da oposição já exigiu a demissão do presidente e e já ameaçou avançar com um impeachment. A Confederação Coreana dos Sindicatos, uma das principais organizações do país, anunciou durante a noite que vai estar em "greve geral indefinida" até que Yoon Suk Yeol se demita.
  • A comunidade internacional foi reagindo com grande preocupação ao desenrolar dos acontecimentos. Destaque para os norte-americanos, que têm em Seul um dos principais aliados do Pacífico. Um porta-voz do Conselho de Segurança Nacional indicou que os EUA não foram informados antecipadamente da decisão de Yoon.
PUB