Segundo dia de manifestações marcado por promessa de nova reunião com ministra

por RTP

No final do segundo dia de protestos, apenas o Movimento dos Agricultores do Baixo Alentejo mantinha pelas 21h45 o braço de ferro com a tutela, exigindo uma reunião presencial com a ministra Maria do Céu Antunes.

Os mesmos manifestantes não estão satisfeitos com as garantias deixadas esta tarde pelo gabinete da ministra da Agricultura, e recusam desmobilizar os bloqueios em Grândola e em Serpa sem provas concretas do seu cumprimento.

Já diversos outros grupos desmobilizaram ao longo da tarde, depois de reuniões com Maria do Céu Antunes, com ênfase para a marcação de novo encontro com a ministra na próxima semana.

Os agricultores do Baixo Mondego conseguiram garantias da construção da barragem de Girabolhos em Seia (distrito da Guarda), e desmobilizaram após promessa de uma deslocação da ministra à sua zona, na próxima semana, para aprofundar as queixas. Em cima da mesa estará ainda a junção com a França na rejeição do acordo com o Mercosul.

Em Lamego, os fruticultores que se concentraram junto ao acesso à A24 com cerca de 120 veículos agrícolas, desmobilizaram pelas 17h00, após o Ministério da Agricultura agendar um novo encontro.

"Vamos ter uma reunião no Ministério da Agricultura no dia 08 de fevereiro com a ministra [da Agricultura, Maria do Céu Antunes] e o secretário de Estado [da agricultura, Gonçalo Rodrigues]", disse o seu porta-voz, João Calhau.

Contudo, os fruticultores prometem regressar aos protestos se as suas exigências não forem atendidas. 

Igual garantia deixaram os agricultores de Vila Franca de Xira e de Alcochete, ao aceitarem regressar a casa depois da reunião em Setúbal com a tutela e para alívio do edil de Alcochete.

Apesar de algumas cedências, não houve contudo qualquer acordo conclusivo entre agricultores e Governo.

O segundo dia dos protestos ficou marcado por constrangimentos da circulação de Lamego a Estarreja e ao Alentejo. sobretudo nos acessos à Ponte Vasco da Gama, em Lisboa.

O Movimentos Cívico dos Agricultores portugueses já avisou que os protestos podem regressar e endurecer, à semelhança do sucedido em França nos últimos dias e do que está a acontecer igualmente na Bélgica e nos Países Baixos.
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