Responsável da ONU fala do "sofrimento indizível" dos reféns e numa Gaza feita cemitério

por RTP

O diretor da agência das Nações Unidas para os refugiados palestinianos (UNWRA) recordou o "sofrimento indizível" dos reféns mantidos pelo Hamas há um ano na Faixa de Gaza, condenando a guerra no território, que se transformou num "cemitério".

"Um ano após o horrendo massacre realizado pelo Hamas e outros grupos armados palestinianos no sul de Israel, matando mais de 1.250 pessoas e fazendo 250 reféns. Desde aquele dia, o Médio Oriente está a afundar-se cada vez mais em conflitos, mortes e horrores absolutos", escreveu nas redes sociais Philippe Lazzarini.

"Doze meses de sofrimento indizível para os reféns em Gaza, as suas famílias deixadas no limbo e uma sociedade profundamente traumatizada. Doze meses de guerra brutal transformaram a Faixa de Gaza num mar irreconhecível de escombros e um cemitério para dezenas de milhares de pessoas, entre elas muitas crianças", lembrou ainda.

Passou uma ano, disse ainda, "e não há um dia sem que as famílias em Gaza sejam submetidas a um sofrimento indizível, à medida que o deslocamento forçado, a doença, a fome e a morte se tornaram a norma diária para dois milhões de pessoas presas num enclave bombardeado e sitiado".

"Um ano de profunda perda, tristeza e sofrimento. Um ano de desumanização e desrespeito ao direito internacional; uma queda livre em direção à barbárie".

Lazzarini reforçou que a ampliação "da guerra para o Líbano", nas últimas semanas, está a "causar danos nos civis, muitos forçados a reviver traumas do passado".

"É hora de coragem: um acordo que finalmente traria um cessar-fogo e alívio para as pessoas em Gaza, Líbano, Israel e a região mais ampla. É hora de abaixar as armas após décadas de morte e dor imensa. É hora de libertar todos os reféns em segurança para as suas famílias, que estão a viver uma incerteza insuportável".

"Não há vencedores em guerras", acrescentou. "A única saída é através de uma solução diplomática e pacífica. É hora de curar as feridas. É hora de escolher a paz".
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