Pouco depois das 20h00, como previsto, Luís Montenegro dirigiu-se ao país para prestar esclarecimentos sobre a sua “vida profissional e patrimonial”.
O primeiro-ministro começou por lembrar que o assunto já tinha sido debatido na semana passada na Assembleia da República que “reprovou uma moção de censura”.
“Nessa ocasião, prestei todos os esclarecimentos que eram devidos, dentro dos limites que devia respeitar sobre a informação de terceiros”, afirmou, acrescentando que partilhou inclusive os rendimentos dos últimos 15 anos.
O primeiro-ministro apresentou a empresa familiar que criou e dinamizou com os filhos: “Dei o enquadramento da sua conceção, do seu objeto e da sua atividade”.
“Expliquei a evolução da sua faturação, o perfil dos seus clientes ocasionais e permanentes e, sobretudo, destaquei aquele que é o trabalho que presta a estes últimos na base da qualificação, experiência e especialização da sua estrutura e colaboradores”.
Mas, segundo Montenegro, “os esclarecimentos não foram suficientes”. “Nunca serão suficientes”.
“Divulgaram-se, entretanto, os nomes dos clientes e dos colaboradores regulares, valores de prestação de serviços e em cima disso, claro, lançaram-se e alimentaram-se especulações para que o assunto nunca se encerrasse e se criassem novas insinuações e novos pedidos de esclarecimento, sempre sob um culto de gravidade e suspeição sobre o primeiro-ministro”.
“É um ciclo vicioso que muitos desejam e muitos não querem sair”, criticou.