Presidente da Assembleia da República elogia a "coragem" dos Capitães de Abril e nomeia últimas vítimas do regime

por RTP

Aguiar-Branco disse que se o 25 de abril tivesse falhado, havia várias coisas que poderiam ter ficado pior em Portugal, mas que se isso acontecesse quem de facto sofreriam eram os capitães de Abril que arriscaram sair à rua. "É a definição de coragem", diz o presidente do Parlamento, para a seguir nomear aquelas que foram as últimas vítimas do regime e da polícia política. "É tempo de dizer os seus nomes no Parlamento" e de lembrar que esta revolução não foi feita sem sangue como muitas vezes se afirma.

Segundo o presidente do parlamento, "foram as últimas vítimas da polícia política do regime e é tempo de dizer os seus nomes nesta sala:Fernando Giesteira, Fernando Barreiros dos Reis, João Arruda e José Barneto".

"Não basta dizer os seus nomes, é preciso expressar gratidão. Esta semana tomei a iniciativa de convidar as famílias para, pela primeira vez, estarem nesta sessão solene. O convite foi para que vissem com os próprios olhos o que o sacrifício dos seus conquistou. A ver-nos e a ouvir-nos. E aqui está, a família de Fernando Barreiros dos Reis", referiu. Palavras que levaram todos os deputados a aplaudirem.

"O país quer mais, exige mais e o país tem razão", continua a querer cumprir os seus sonhos, que são agora mais. E admite que as pessoas estejam desiludidas, zangadas e que haja polarização e populismo.

"A desilusão de uns resolve-se com boa governação e a polarização dos outros resolve-se com soluções", defendeu Aguiar Branco, chamando a atenção para o termo que usou: "resolver" e não "combater".

Lembra que o parlamento não pode ser um "castelo fechado em si mesmo" e que serve para construir a democracia, não para a guardar.

Elogiou Mário Soares pelo percurso de moderação e afirmou que é necssário o respeito pela diferença.
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