Pizarro. "É para exterminar com o que o PSD fez que nós estamos a dialogar com os médicos”
Em resposta às questões colocadas pela oposição, o Ministro da Saúde reconheceu as dificuldades que enfrenta o SNS, mas acusou o PSD de ser o causador do descontentamento dos médicos, que pedem para "acabar com as normas que o Governo do PSD introduziu nos horários de trabalho dos médicos e nos horários de trabalho de urgência".
Manuel Pizarro explicou que "não se trata apenas de continuar a aumentar o financiamento" mas sobretudo de criar condições de recuperação da "autonomia para a gestão flexível desses orçamentos" que considerou ter sido "profundamente abalada desde a governação do PSD e do CDS na Troika".
O Ministro da Saúde assegurou ao deputado Rui Cristina, do PSD, que a maior preocupação do ministério da Saúde é "haver ainda um 1,6 milhões de portugueses" sem médico de família, apesar de "haver nove milhões de portugueses com médico de família".
O ministro confirmou estar a trabalhar "ativamente nas medidas estruturais para resolver esta situação: maior
formação de médicos de Medicina Geral e Familiar, capacidade de atração
desses médicos, generalização de USFs Tipo B e lá chegaremos
paulatinamente ano após anos".
Acrescentou que apesar das dificuldades no funcionamento dos serviços de urgência, estes conseguiram atender, no último mês, "nos hospitais portugueses entre 15 e 20 mil cidadãos todos os dias".
Sobre o acordo com os médicos, Pizarro disse que na última reunião negocial o maior pedido dos profissionais de saúde foi "para acabar com as normas que o Governo do PSD introduziu nos horários de trabalho dos médicos e nos horários de trabalho de urgência",
"É mesmo para exterminar com que o PSD fez que nós estamos a dialogar com os médicos”, afirmou.
O ministro da Saúde acusou a deputada do Bloco de Esquerda, Isabel Pires, de fazer a mesma intervenção sobre o SNS que a oposição à direita "faz o mesmo quadro, as mesmas questões que à nossa direita, isso revela muito sobre o estado do debate político nesta Câmara e revela
muito sobre a forma como em vez de ajudar a superar as dificuldades,
também querem juntar-se ao vergonhoso discurso do caos sobre um serviço
que todos os dias trabalha para proteger a saúde dos portugueses”.
Em resposta à questão da deputada Joana Cordeiro, da Iniciativa Liberal, sobre a utilidade do aumento do Orçamento do SNS, o ministro explicou que "serviu para que em 2020, 2021 e 2022 nós tínhamos tido as três taxas de mortalidade infantil mais baixas junto com o ano de 2010". Acrescentou que serviu igualmente para "para ter mais serviços, melhores serviços, responder melhor às necessidades dos portugueses, tratar melhor os profissionais".
"Estaríamos muito pior se não fosse o investimento e o carinho com que o SNS tem sido tratado pelo Governo do partido socialista” declarou Manuel Pizarro.
Por último, o Ministro da Saúde, lamentou as ofensas dirigidas aos membros do Governo pelo deputado do Chega, Pedro Frazão, que considera que quem "verdadeiramente ofende são os 150 mil profissionais do SNS, os mais de 50 mil enfermeiros, os 30 mil médicos que todos os dias dão o seu melhor para proteger a saúde dos portugueses”.
Pizarro criticou o "discurso negacionista" do Chega que tenta ignorar o impacto da pandemia da Covid-19 no Orçamento do Estado.