Países europeus da UNIFIL querem pressionar Israel "ao máximo"

por RTP

Os 16 países da União Europeia que participam na Força Interina das Nações Unidas no Líbano (UNIFIL ou FINUL), pretendem pressionar Israel para "evitar" incidentes com aquela força durante os combates com o Hezbollah, no sul do Líbano.

No final de uma videoconferência entre os ministros da Defesa destes países, o ministro italiano da pasta publicou um comunicado, no qual afirma a "vontade partilhada de exercer uma pressão máxima aos níveis político e diplomático sobre Israel", de forma a "evitar novos incidentes".

No fim-de-semana, a UNIFIL denunciou interferência israelita numa "missão crucial" dos capacetes azuis e a entrada "à força" num dos seus postos por parte de soldados de Israel.

Em comunicado, as Forças de Defesa de Israel explicaram este último incidente, afirmando que os soldados da paz "nunca correram perigo" e explicando que um carro armado rompeu os portões do posto da UNIFIL para se refugiar de fogo do Hezbollah enquanto retirava feridos do local dos combates.

O carro armado permaneceu 45 minutos no local, apesar dos protestos dos capacetes azuis e acabou por retirar sob o fumo de bombas lançadas para permitir a sua fuga. O mesmo fumo provocou irritações cutâneas e problemas gastrointestinais em 15 soldados da UNIFIL.

Israel tem pedido para os postos da UNIFIL recuarem alguns quilómetros para norte da linha de fronteira entre Israel e o Líbano, de forma a não serem apanhados por fogo cruzado entre as forças israelitas e xiitas libanesas do Hezbollah, exigência recusada pelas Nações Unidas e pela própria UNIFIL.

Várias potências exigiram restrição a Israel face à missão da ONU no sul do Líbano. Israel tem acusado a UNIFIL de falhar na sua missão de evitar o rearmamento do Hezbollah, denunciado a existência de túneis e de arsenais da milícia xiita nas proximidades dos postos da força de paz.
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