Um "cenário ainda mais infernal", ao qual as operações humanitárias podem ser incapazes de responder, está a chegar à Faixa de Gaza, alertou uma funcionária da ONU com Israel a apertar o controle sobre o sul do território palestiniano.
"As condições para prestar ajuda ao povo de Gaza não existem. Se é que isto é possível, um cenário ainda mais infernal está prestes a desenrolar-se e ao qual as operações humanitárias podem não ser capazes de responder".
"Ninguém está seguro em Gaza e não há para onde ir", disse Lynn Hastings, rejeitando a ideia de "zonas seguras" sugerida pelos Estados Unidos. Essas áreas não podem ser "seguras ou humanitárias quando são declaradas unilateralmente".
"O que vemos hoje são abrigos sem espaço, um sistema de saúde de joelhos, falta de água potável, falta de saneamento e comida insuficiente para uma população mental e fisicamente exausta: uma receita perfeita para epidemias e um desastre de saúde pública", descreveu, lamentando a falta de ajuda humanitária e combustível que possa entrar na Faixa de Gaza.
"O espaço permitido para a resposta humanitária em Gaza está constantemente a diminuir" com o encerramento às equipas da ONU e aos camiões de duas estradas principais que atravessam o território, denunciou a responsável da ONU com sede em Jerusalém, cujo visto não será renovado por Israel, que a acusou de não ser "imparcial".