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ONU alerta para situação de trabalhadores migrantes no Líbano

por RTP

A Organização Internacional para as Migrações da ONU afirma que os trabalhadores domésticos estrangeiros estão a ser cada vez mais abandonados pelas famílias libanesas para enfrentarem o perigo acrescido do conflito.

A OIM chama a atenção para a situação dos 170 mil trabalhadores migrantes do Líbano, muitos dos quais são mulheres de países como a Etiópia, o Quénia, o Sri Lanka, o Sudão, o Bangladesh e as Filipinas.

“Estamos a receber cada vez mais relatos de trabalhadores domésticos migrantes que são abandonados pelos seus empregadores libaneses, deixados na rua ou nas suas casas quando os seus patrões fogem”, afirma Mathieu Luciano, chefe do gabinete da OIM no Líbano.

“As opções de abrigo são muito limitadas”, acrescentou Luciano numa conferência de imprensa em Genebra, através de vídeo a partir de Beirute, acrescentando que na quinta-feira visitou um abrigo na capital que alberga 64 famílias sudanesas ‘que não têm para onde ir’.

A OIM está a receber cada vez mais pedidos de migrantes que procuram ajuda para regressar a casa. Muitos países também pediram a ajuda da agência para evacuar os seus cidadãos.

No entanto, “isso exigiria um financiamento significativo - de que não dispomos atualmente”, acrescenta.

A situação dos trabalhadores migrantes no Líbano é precária, uma vez que o seu estatuto legal está frequentemente ligado ao empregador, ao abrigo do sistema de patrocínio “kafala” que rege a mão-de-obra estrangeira.
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