ONU afirma que vacinação contra a poliomielite em Gaza será mais complicada

por RTP

“Difícil, mas possível": a nova campanha de vacinação contra a poliomielite em Gaza, que deverá começar na segunda-feira, será provavelmente mais complicada devido aos combates entre Israel e o Hamas no norte do território palestiniano, segundo as Nações Unidas.

“Estou, naturalmente, preocupado com a evolução da situação no norte” de Gaza, declarou o representante da Organização Mundial de Saúde (OMS), Rik Peeperkorn, numa conferência de imprensa.

O representante da OMS espera que as partes em conflito respeitem as “pausas humanitárias” para a vacinação e recordou que alguns centros de saúde do norte de Gaza se encontram nas zonas de evacuação pedidas por Israel.

“Estamos preocupados porque as condições no terreno são realmente mais complicadas desta vez”, acrescentou o representante especial da UNICEF, Jean Gough.

“Será absolutamente essencial que não só as pausas humanitárias localizadas sejam respeitadas no norte, mas também que as pessoas não sejam obrigadas a deslocar-se de uma zona para outra”, afirmou Jean Gough. “Isto será essencial se quisermos vacinar pelo menos 90 por cento das crianças com menos de 10 anos da população do norte”.

No entanto, continua esperançada que a campanha vá para a frente. “É difícil, mas é possível”, afirmou.

Na sequência da descoberta do primeiro - e até agora único - caso de poliomielite na Faixa de Gaza em 25 anos, a OMS lançou, em 1 de setembro, uma grande campanha para conter o risco de uma epidemia.

O objetivo da campanha é evitar a propagação do poliovírus derivado de uma estirpe vacinal do tipo 2 (cVDPV2). Devem ser administradas duas gotas da vacina nVPO2 por via oral, com um intervalo de quatro semanas.

Durante a primeira ronda de vacinação (1-12 de setembro), 559. 161 crianças com menos de 10 anos receberam a primeira dose, uma operação descrita pela OMS como um “enorme sucesso”.

A OMS espera vacinar cerca de 591.700 crianças a partir de segunda-feira.
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