Em nome do executivo no encerramento do debate, o ministro da Defesa defende que há razões de conjuntura internacional e "bons motivos nacionais" para que o Orçamento do Estado para 2025 seja aprovado, pedindo que "bom senso e prudência prevaleçam sobre aventureirismo partidário e instabilidade".
Para Nuno Melo, presidente do CDS, parceiro do Partido Social Democrata na coligação governamental, este Orçamento está “condicionado por circunstâncias externas que são preocupantes”.
Mas a aprovação do documento dará aos portugueses, aos parceiros europeus e aos investidores internacionais a mensagem de que “em Portugal há mais estabilidade do que instabilidade”.
“Este não é um Orçamento da Aliança Democrática ou dos partidos que a compõem. É também um Orçamento dos portugueses, que através dele verão resolvidos vários dos seus problemas”, prosseguiu o ministro da Defesa.
“É um Orçamento que dá respeito a anseios que são justos”, nomeadamente os dos professores, polícias, militares, profissionais de saúde, doentes em listas de espera, jovens, pensionistas, antigos combatentes, famílias e empresas, enumera.
"Para quem sempre defendeu, como nós, a negociação social, passo a passo por mais progresso, e não a lógica da luta de classes, este orçamento vai de facto no bom caminho", afirma Nuno Melo.
O presidente do CDS refere que o documento cria "mais condições de investimento para as empresas, mais níveis de justiça social e fiscal, e preserva as Finanças Públicas".
"É simultaneamente um estabilizador social e um indutor de confiança económica", acrescenta, sublinhando ser a priemira vez que se consegue "em simultâneo, um superavit, uma redução da dívida, uma baixa de impostos e uma contenção da despesa no PIB, excluindo a despesa PRR, que é excecional".
Nuno Melo lembra que o Orçamento permite a execução dos fundos excecionais do PRR até 2026 no auxílio à economia portuguesa, lembrando que "o dinheiro que não executarmos é dinheiro que perderemos e devolveremos a Bruxelas".
"Portugal não é um país rico", sublinha ainda, justificando o interesse em aproveitar os financiamentos europeus. "Que sentido faria Portugal, com dois anos para executar o PRR, pudesse perder um ano, por falta de Orçamento", questiona, criticando os partidos que se preparam para chumbar o documento.
Após citar apreciações favoráveis à proposta por parte de instituições avaliadoras europeias e nacionais, Nuno Melo frisa que "não houve no debate crítica que invalidasse o facto do Orçamento ser tecnicamente confiável e politicamente robusto", gerando aplausos nas bancadas que apoiam o executivo.
"Votar contra só para ser do contra, é um contrassenso que não serve o interesse nacional", considera Nuno Melo.
Num dos discursos mais longos da tarde, e depois de chamar a atenção do Chega para o facto do chumbo do Orçamento que defende significaria adiar os aumentos para as forças de segurança e outros setores do Estado, o ministro da Defesa apela a que "cada um medite nessa atitude".
O presidente do CDS considerou que a discussão na especialidade não deve desvirtuar a proposta, apelando em particular à responsabilidade do Partido Socialista.