"Nunca duvidámos do que aí viria"

por RTP

O secretário-geral dos comunistas acusou o Governo de estar ao serviço dos grupos económicos, de apresentar assim uma proposta de Orçamento do Estado que “esquece os quase três milhões que ganham até mil euros brutos por mês, que ignora aqueles que não conseguem sobreviver apenas com um trabalho e aqueles que mesmo trabalhando vivem na pobreza”.

“O seu Orçamento é abençoado pelo grande patronato, é um estímulo aos baixos salários. Este é um OE que não responde a um milhão de reformados que recebe menos de 510 euros de reforma por mês (…) As contas não se pagam com prémios ou bónus. O seu Orçamento não é para resolver os problemas de quem trabalha. É para fazer e servir os lucros e buracos da banca. É para distribuir 1800 milhões de benefícios fiscais (…) Para transferir metade do orçamento da saúde para aqueles que fazem da saúde negócio”, acusou Paulo Raimundo.

O secretário-geral do PCP assinalou um Orçamento que “é contra (...) as populações de bairros, contra o país mas a favor dos poderosos, como fica demonstrado na privatização da TAP, das internacionais que dominam aeroportos, energias, RTP, CGD e CP”.

Raimundo aponta Orçamento "contra direito à saúde, à educação e à habitação"

Paulo Raimundo falou de um Orçamento do Estado "contra o direito à saúde, à educação e à habitação", "contra o interior que continua parado", "contra as populações de muitos bairros das áreas metropolitanas sujeitas às injustiças e à indiscriminação e cujo grito se ouviu no passado sábado na Avenida da Liberdade".

"O seu Orçamento é contra o país, mas a favor dos poderosos, como fica demonstrado na opção pela privatização da TAP, pela cedência às multinacionais que dominam os aeroportos, a energia ou as telecomunicações, pela linha clara de ataque às empresas públicas, como se vê na RTP, na Caixa Geral de Depósitos ou na própria CP", disse.

Aludindo à abstenção do PS, considerou que "foi tudo isto que o PS decidiu viabilizar e dar a mão". "Viabiliza porque as opções em curso, infelizmente, dão continuidade às opções que foram da maioria absoluta do PS e, ao mesmo tempo, permite que Chega e Iniciativa Liberal, mantendo a sua agenda reacionária e demagógica, votem contra um Orçamento com que estão de acordo".

“Portugal não é um país pobre e todos sabemos que o país tem meios para dar uma vida melhor. Até quando é que estes meios vão continuar a ser entregues a quem lucra milhões e negados àqueles que trabalham e que trabalharam uma vida inteira?”, questionou Paulo Raimundo.
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