Marcelo frisa que "estamos numa guerra global" e que a "balança de poderes no mundo está a mudar"

por RTP

Na tradicional intervenção das cerimónias do 5 de Outubro, Marcelo Rebelo de Sousa começou por comparar o “mundo, a Europa e Portugal” de há 100 anos, 13 anos depois da proclamação da República, com o contexto atual.

 “O tempo parecia lento, sobretudo nos mundos rurais”, afirmou, e continuou a relembrar que os “nossos avós” poucos conhecimentos e acessos tinham. 

“Na Europa e nalgum outro mundo ainda mandavam os mesmos impérios do passado”, referindo-se ao Reino Unido, à França, aos Países Baixos ou à Bélgica.

Recordando Portugal e o mundo de outros tempos, o presidente da República sublinhou que se vivia, na época, “as antevésperas do começo” do fim desses impérios, com duas Guerras Mundiais e muitas transformações ao longo do século XX.

Dirigindo-se aos portugueses, Marcelo Rebelo de Sousa afirmou que "ao olharmos para o que era o mundo, a Europa e Portugal há precisamente 100 anos, há realidades que vistas a mais distância nos impressionam".
"Estamos em 2023, numa meio de uma guerra global feita de muitas outras guerras. Mas mais evidente nas suas causas e consequências", disse o chefe de Estado, referindo-se à guerra na Ucrânia.

Marcelo advertiu que as instituições "persistem em não ver que a balança de poderes do mundo está em mudança", como há 100 anos, mas terão de mudar "a bem ou a mal".

"Tudo isso poderá suceder com o clima, se nos atrasarmos; em energia como tantos outros se atrasaram", continuou.

Tudo isso poderá suceder, disse ainda o presidente, "com a incapacida ou lentidão no superar da pobreza ou das desigualdades sociais, ou no reconhecimento do papel da mulher ou no reconhecimento das minorias migrantes, em particular dos jovens (...) que nem sempre se vêem suficientemente representados no país".

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