Legislativas na Madeira. O filme da noite eleitoral

por RTP

Há quatro anos, o PSD perdia pela primeira vez a maioria absoluta que conservava na Região Autónoma da Madeira desde 1976, o que levou o partido a formar um governo de coligação com o CDS. Nesta eleição, os social-democratas concorreram coligados com os democratas-cristãos, mas nem assim asseguraram a maioria absoluta almejada por Miguel Albuquerque.

A coligação "Somos Madeira" ficou a um mandato da maioria absoluta, com a eleição de 23 deputados. Durante a campanha, o presidente do Governo Regional garantiu que só iria governar com maioria absoluta, mas a hipótese de demissão já foi entretanto descartada.

No discurso de vitória, Miguel Albuquerque indicou que irá anunciar nos próximos dias um "governo de maioria parlamentar". Nesta eventual geringonça insular, PSD e CDS poderão contar com Iniciativa Liberal ou com o PAN. Ambos os partidos asseguraram a eleição de um parlamentar na Assembleia Regional e ambos se mostraram disponíveis a um entendimento com a coligação vencedora.

Quem não estará certamente neste acordo é o Chega, que conseguiu a eleição de quatro deputados neste escrutínio. O partido de André Ventura mostrou-se indisponível para um entendimento. Por seu lado, o líder do PSD Luís Montenegro foi perentório: "Não vamos governar nem a Madeira nem o país com o apoio do Chega".

Destaque ainda para o partido Juntos Pelo Povo, que garantiu a eleição de cinco deputados. A CDU e o Bloco de Esquerda conseguiram, respetivamente, eleger um representante ao parlamento regional.

A taxa de abstenção nesta eleição não bate recordes, mas recupera uma tendência crescente: 46,66 por cento. Em 2019, a abstenção tinha sido de 44,5 por cento. Desde 1976, ano em que se realizaram as primeiras eleições para a Assembleia Legislativa da Madeira, o recorde de abstenção foi registado em 2015, com 50,33%.
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