Washington considerou "incrivelmente alarmantes" informações dadas pelo jornal New York Times, de acordo com as quais, o exército israelita teria utilizado palestinianos como escudos humanos na guerra da Faixa de Gaza.
De acordo com o jornal americano, as unidades do exército israelita distribuídas por cinco cidades do território palestiniano obrigaram civis a cumprir tarefas como busca de explosivos ou identificação no interior de túneis do Hamas, com o objetivo de proteger os soldados.
"Se os factos apresentados neste artigo forem exatos, são de todas as formas inaceitáveis", declarou o porta-voz do Departamento de Estado, Mathew Miller, questionado sobre o assunto na sua conferência de imprensa diária.
"Nada pode justificar a utilização de civis como escudos humanos. Tratar-se-ia de uma violação, não somente do direito humanitário internacional mas do próprio código de conduta do exército israelita", acrescentou.
O porta-voz revelou que está em curso uma investigação no seio das Forças de Defesa de Israel.
"Mais do que um inquérito, se eles constatarem as violações, as pessoas devem ser responsabilizadas e eles devem adotar medidas para garantir que estas práticas não se repitam", afirmou Miller.
O New York Times citou nomeadamente um adolescente, então com 17 anos, que afirmou que os soldados israelitas o forçaram a caminhar algemado diante deles, para procurar explosivos, antes de ser libertado sem que qualquer acusação lhe tivesse sido imputada.
Não é a primeira.vez que os EUA expressam a sua inquietação com a conduta de guerra em Gaza e o tratamento dos civis, desde o início da ofensiva israelita há um ano, após o ataque sem precedentes do Hamas, que fez 1200 mortos e resultou no sequestro de 250 israelitas em Gaza.
Os Estados Unidos e Israel acusam por seu lado o Hamas de ter utilizado os civis em Gaza como escudos humanos e edifícios civis como escolas e hospitais como esconderijos, de forma a evitar ser atacado.