Guterres invoca artigo 99 da Carta da ONU para promover cessar-fogo na Faixa de Gaza

por RTP

  • O secretário-geral das Nações Unidas invocou, pela primeira vez no mandato, o artigo 99 da Carta da ONU para pedir ao Conselho de Segurança que faça pressão no sentido de um cessar-fogo humanitário em Gaza.


    António Guterres apela à comunidade internacional para que use "toda a influência", visando "evitar uma nova intensificação" do conflito;

  • Israel criticou a decisão do secretário-geral da ONU. Na rede social X , o ministro israelita dos Negócios Estrangeiros veio considerar que a ativação do artigo 99 e o apelo de António Guterres dão força ao Hamas. O governante escreveu ainda que "está em causa a paz mundial";

  • O representante palestiniano na ONU, Riyad Mansour, afirmou, por sua vez, que o Conselho de Segurança das Nações Unidas não pode continuar a fugir às responsabilidades;

  • No sul da Faixa de Gaza, forças israelitas e Hamas travam combates intensos. Telavive garante ter apreendido numa zona civil os maiores arsenais desde o início do conflito. As Nações Unidas acusam ambos os lados de estarem a violar os Direitos Humanos;

  • As tropas israelitas terão cercado a casa de Yahya Sinwar, figura de proa do movimento radical palestiniano. "É só uma questão de tempo até que o apanhemos", clamou o primeiro-ministro israelita, Benjamin Netanyahu;

  • Yahya Sinwar é descrito pelas autoridades israelitas como o "arquiteto" do ataque desencadeado a 7 de outubro pelo Hamas. As Forças de Defesa de Israel acreditam que esteja escondido na rede subterrânea do movimento, na Faixa de Gaza;

  • A máquina de guerra do Estado hebraico cercou Khan Younis, a principal cidade do sul da Faixa de Gaza, e afirma estar atualmente a operar "no coração" da zona sul da cidade de Gaza. Ao mesmo tempo, espalhou panfletos a instar os civis a deslocarem-se para zonas ditas seguras em Rafah, na linha de fronteira com o Egito;

  • Os Estados Unidos discutiram com Israel o calendário para as operações na Faixa de Gaza e "como isto se enquadra numa estratégia de longo prazo para resolver a questão que vai para lá dos meios militares", adiantou o conselheiro de Segurança Nacional da Casa Branca, Jake Sullivan;

  • O Ministério da Saúde da Faixa de Gaza indica que, desde o fim da trégua que permitiu a troca de reféns israelitas por prisioneiros palestinianos, morreram 1.207 pessoas no território debaixo da contraofensiva do Estado hebraico. Setenta por cento das cítimas são mulheres e crianças.
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