EUA garantem na ONU estar vigilantes quanto a situação humanitária em Gaza

por RTP

A embaixadora dos Estados Unidos para as Nações Unidas, Linda Thomas-Greenfield, afirmou ao Conselho de Segurança que os EUA estão atentos para garantir que as ações israelitas no terreno não sigam uma "política de fome" no norte da Faixa de Gaza.

Perante os 15 membros do conselho, a embaixadora considerou que tal política seria "horrenda e inaceitável e teria implicações sob a lei internacional e a lei norte-americana".

"O governo de Israel tem afirmado que esta não é a sua política, que os alimentos e outros suprimentos essenciais não serão cortados, e estaremos atentos para ver se as ações de Israel no terreno cumprem esta declaração", frisou Thomas-Greenfield, numa rara crítica ao aliado israelita.

"Alimentos e suprimentos têm de entrar em Gaza, imediatamente. E são necessárias pausas humanitárias em todo o enclave para permitir vacinação e a entrega e distribuição da ajuda humanitária", considerou Thomas-Greenfield.

Os EUA deram terça-feira a Telavive 30 dias para melhorar a situação humanitária em Gaza, sob pena de sofrerem restrições da ajuda norte-americana.

O embaixador de Israel nas Nações Unidas, Danny Danon, afirmou ao Conselho de Segurança que a questão em Gaza não é uma falta de auxílio, afirmando que mais de um milhão de toneladas foram entregues durante o último ano. Danon acusou o Hamas de desviar a assistência humanitária.

"O Hamas tornou a situação uma arma", alegou o embaixador israelita, referindo que a ajuda tem estado a entrar no enclave mas "nunca chegará àqueles que dela necessitam enquanto o Hamas permanecer no poder".

O grupo islamita palestiniano, que governa Gaza desde 2007, nega as acusações e diz que Israel é responsável pela penúria.

A ONU aponta obstáculos à entrada e distribuição do auxílio na zona afetada pela guerra, devido a impedimentos impostos por Israel e à desordem no terreno. Entre os dias dois e 15 de outubro não entraram alimentos na parte norte do enclave, referiu.

"Dadas as condições abjetas e o sofrimento intolerável no norte de Gaza, o fato do acesso da ajuda humanitária ser praticamente inexistente é inconcebível", afirmou a líder das operações de auxílio da ONU, Joyce Msuya ao Conselho de Segurança.
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