Chega justifica protesto como prova que não aceita "este aumento de salários de políticos"

por RTP

André Ventura justificou o protesto do “lado de fora do Parlamento relativamente à vergonha que é este aumento do salário dos políticos neste contexto”. O líder do Chega considerou ainda, à margem da sessão parlamentar, que o “país deve ser alertado de forma clara para o que se está a passar e para o que se vai passar hoje no Parlamento”.

Ventura acusou também os “dois maiores partidos” de terem levado a cabo, nas últimas duas semanas e “com a conivência de alguns, um conjunto de manobras para desviar as atenções daquilo que estava verdadeiramente a acontecer”.

“Foi pela imprensa que soubemos que os salários dos políticos iam ser repostos”, afirmou. “PS e PSD procuraram deliberadamente esconder esta matéria dos portugueses”.

Esta ação de protesto foi decidida, por isso, “para demonstrar que há quem contrabalance esta narrativa e quem não aceite este aumento de salários de políticos nesta fase”. O Chega considera que esta medida “é uma vergonha e envergonha o país”.

“Temos o direito de mostrar a nossa indignação”, acrescentou. “Quando esta votação estiver terminada, os cartazes serão retirados, porque o nosso protesto é contra este Orçamento. Não é, nem nunca será, para danificar a Assembleia”.

Este é um projeto, clarificou, “contra o Orçamento do Estado”, porque para além de aumentar os salários dos políticos, “continua com a mesma saga dos benefícios fiscais aos políticos”.

“Estamos a fingir que estamos a discutir IRC e IRS”.

Questionado sobre se os deputados do Chega vão devolver o valor correspondente a este aumento, André Ventura assegurou que “hoje mesmo” o partido vai entregar “nos serviços financeiros da Assembleia da República, uma carta assinada por todos os deputados a dizer que não querem receber no seu salário de janeiro a reposição que vai ser feita”.
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