Ação contra racismo e xenofobia com início marcado para as 15h00

por RTP

Em causa está ainda a operação policial levada a cabo a 19 de dezembro na Rua do Benformoso, perto do Martim Moniz, em Lisboa. Ação que ficou marcada pela imagem de várias pessoas, presumivelmente imigrantes, encostadas à parede e de braços no ar. Associações civis protestam esta tarde contra tais procedimentos por parte das forças de segurança.

A manifestação tem início às 15h00 na Alameda Afonso Henriques. Segue, depois, para o Martim Moniz.

Pelas 15h30 deverá começar uma vigília organizada pelo Chega de André Ventura sob o mote "Pela autoridade e contra a impunidade", na Praça da Figueira, a 400 metros do Martim Moniz.Na sexta-feira, o partido ADN instalou cartazes no Martim Moniz contra o que considera ser imigração ilegal. Estes acabaram por ser retirados por falta de autorização.


Na marcha deste sábado são esperados dirigentes partidários e de organizações antirracistas, de apoio a imigrantes e de bairros periféricos, entre as quais a Solidariedade Imigrante, o SOS Racismo, a Vida Justa, Casa do Brasil de Lisboa ou o Moinho da Juventude.

A ação inclui ainda estruturas locais como o Bangladesh Coletivo, Beahmanbaria Community of Portugal, Cozinha Comunitária dos Anjos, Renovar a Mouraria ou Sirigaita.

Os promotores defendem que "todas as pessoas que vivem e trabalham em Portugal têm que ser tratadas com dignidade e que esta ação policial não foi um caso isolado, acontecendo regularmente noutras periferias de Lisboa e do país".

"A segurança não pode ser confundida com a instrumentalização da polícia" e os "signatários apelam a uma manifestação que exige dignidade, direitos sociais e liberdade para quem vive e trabalha em Portugal", lê-se em comunicado.
"Análise e avaliação do risco"

Citada pela agência Lusa, a Direção Nacional da Polícia de Segurança Pública indica ter avaliado o risco da manifestação "Não nos encostem à parede" e da vigília do Chega "Pela autoridade e contra a impunidade", adiantando que se reuniu com os promotores de ambas para os sensibilizar sobre "questões de proteção e segurança de quem" participar.

"A PSP já efetuou a sua avaliação e análise do risco, tendo já articulado no sentido de alertar as organizações das referidas manifestações sobre os limites que a lei impõe, tendo também já o seu planeamento pronto no sentido de garantir que não haja qualquer constrangimento à realização das manifestações e ao livre exercício do direito de reunião e manifestação", sublinha a força de segurança.

Estão, assim, mobilizadas para a segurança das manifestações diferentes valências do Comando Metropolitano de Lisboa, que vão ter "o apoio permanente de meios da UEP da PSP".

c/ Lusa
PUB