Joana Mortágua, a única deputada do Bloco de Esquerda presente no Parlamento, afirma que "Portugal despertou do pesadelo da ditadura no dia 25 de Abril de 1974. Um ano e meio depois, a 26 de novembro de 1975 o horizonte do país continuava a escrever-se em três palavra: Liberdade, Democracia, Socialismo".
Para Joana Mortágua, quem defende os ideais do 25 de Novembro, “é na verdade um derrotado de Abril”.
“A atual mistificação sobre o significado histórico do 25 de novembro, é uma manobra dos derrotados de abril”, acrescentou para de seguida acusar os defensores do 25 de novembro de serem “partidários da ditadura que oprimiu os portugueses”.
“Quem quer diminuir o 25 de Abril, só convoca os saudosistas de 24”.
A deputada bloquista considera ainda que “a celebração do 25 de Novembro é a tentativa de esvaziar o conteúdo revolucionário popular do 25 de Abril”.
“O 25 de Abril foi um grito do povo contra o fascismo. Um povo que ganhou consciência de que a ditadura era também o poder de uma pequena elite económica (…) o resultado da liberdade foi a revolução popular”.
Joana Mortágua enumera de seguida os motivos de Abril para a população para frisar que “depois do 25 de novembro quando foi aprovada a Constituição em nome do socialismo. E alguns dos atuais pretendentes a herdeiros de novembro até votaram contra essa Constituição”.
“Perderam. E porque perderam consagraram-se os direitos democráticos, sociais e económicos e um Estado organizado para os garantir”.
Para Joana Mortágua, a sessão comemorativa do 25 de Novembro é “um disparate, que revela a deplorável disponibilidade do PSD para ceder às extremas-direitas”.
“Esta sessão e as que realizarem nos próximos dois ou três anos, serão lembradas no futuro como um momento folclórico de um tempo bizarro. Em que o PSD e a extrema-direita se alinharam no revisionismo histórico, num exercício espúrio e sem duração da memória do país”, acrescentou para de seguida garantir que o Bloco de Esquerda estará presente “quando chegar a altura de voltar a chamar a nossa democracia pelo seu único nome. Abril”.