“Chamo-me Tiago Mayan Gonçalves e sou o primeiro candidato genuinamente liberal a Presidente da República”. É desta forma que apresenta a sua candidatura ao Palácio de Belém.
Segundo o próprio, gosta de correr, do mar e de fazer vela. Fala inglês, espanhol, francês, alemão e mandarim.
Esteve envolvido nas campanhas e movimento “Porto, o Nosso Partido” que elegeu Rui Moreira para a Câmara Municipal do Porto, nas eleições autárquicas de 2017. É membro da Assembleia da União de Freguesias de Aldoar, Foz do Douro e Nevogilde.
Antes de fundar a Iniciativa Liberal, na qual preside ao Conselho de Jurisdição, foi militante do PSD e, em entrevista à Lusa, afirmou que ainda recebe por e-mail as newsletters que “vão para spam, claro”.
Por que razão é candidato?
Afirma que entra na corrida ao Palácio de Belém “para que um grande espaço político tenha em quem votar. Um espaço que congrega liberais e aqueles que não se reveem num Presidente que abdicou de o ser ou em populistas de esquerda e direita”.
“Sou um cidadão como vocês, farto da bolha em que o sistema político vive, alheado das vidas dos portugueses”, acrescenta.
Considera que “demasiadas décadas de governação socialista têm-nos deixado mais dependentes do Estado e cada vez menos livres de seguir o nosso caminho”.
“Sou candidato contra essa dependência, contra a marasmo, as teias de interesses e clientelismo, as portas giratórias, o controlo do Governo do aparelho do Estado, da economia e dos media”.
Afirma que não é um político profissional e considera que a política pode e deve ser feita pelas pessoas comuns.
Intitula-se como uma pessoa genuína, livre, liberal, humanista, fraterna e responsável.
Num vídeo publicado na rede social facebook, Tiago Mayan mostra como é o seu dia-a-dia.
“Candidato-me por todos, pelos jovens que não encontram em Portugal o futuro que merecem, pelas famílias em dificuldades, pelos pequenos e médios empresários sufocados por impostos e burocracia, pelos idosos abandonados pelo Estado”.
Marcelo é "ministro da propaganda"
Numa entrevista à Lusa, dias antes de apresentar a candidatura e quatro meses depois de ter afirmado que era candidato a Belém, Tiago Mayan acusou Marcelo Rebelo de Sousa de ser o “ministro da propaganda” do Governo.
“Marcelo não foi presidente. Marcelo foi ministro da propaganda deste Governo e essa é, desde logo, a maior crítica que lhe posso fazer porque isso tem sido continuamente demonstrado”, afirmou.
Marcando uma clara diferença em relação ao atual chefe de Estado, o candidato liberal afirmava que, “independentemente de direitas e esquerdas”, espera que “eleitores que não se revejam neste presidente, que abdicou de exercer o seu mandato”, e vejam na sua candidatura “uma proposta válida e moderada”.
“Eu também sou um candidato contra todo o tipo de extremismos, de qualquer espetro e de qualquer ponta nesse espetro de esquerda/direita”, assegurava.
Para Tiago Mayan um bom resultado “é conseguir transmitir o que é que um presidente liberal representa para os portugueses”.
Segundo o candidato, a forma de atuar do atual Chefe de Estado é norteada “por um objetivo meramente narcisístico e pessoal de querer a reeleição” nas presidenciais do próximo ano.
“Marcelo o que fez, a partir do primeiro dia em que tomou posse, foi deixar de ser presidente e passar a ser candidato presidencial e a estratégia para isso foi colaborar com o Governo, que era o que estava na altura. Se fosse outro provavelmente faria a mesma coisa”.
“A estratégia foi ser colaboracionista com o Governo porque contava com isso garantir uma reeleição”.
“E não só uma reeleição porque eu penso que também estava dentro do sonho dele garantir uma reeleição apoteótica. Aqui a pandemia acabou por lhe causar dificuldades para esse objetivo, mas o objetivo de reeleição ainda o tem e, portanto, isso foi uma estratégia”, justifica.
Na mesma entrevista, Tiago Mayan Gonçalves acusou o Governo de “total incompetência na gestão da pandemia de Covid-19” e defendeu a demissão da diretora-geral da Saúde, Graça Freitas.
“Eu não entendo porque é que a diretora-geral da Saúde [Graça Freitas] ainda é diretora-geral da Saúde. Não consigo entender, sinceramente”.
As promessas na apresentação da candidatura “Eu também sou um candidato contra todo o tipo de extremismos, de qualquer espetro e de qualquer ponta nesse espetro de esquerda/direita”, assegurava.
Para Tiago Mayan um bom resultado “é conseguir transmitir o que é que um presidente liberal representa para os portugueses”.
Segundo o candidato, a forma de atuar do atual Chefe de Estado é norteada “por um objetivo meramente narcisístico e pessoal de querer a reeleição” nas presidenciais do próximo ano.
“Marcelo o que fez, a partir do primeiro dia em que tomou posse, foi deixar de ser presidente e passar a ser candidato presidencial e a estratégia para isso foi colaborar com o Governo, que era o que estava na altura. Se fosse outro provavelmente faria a mesma coisa”.
“A estratégia foi ser colaboracionista com o Governo porque contava com isso garantir uma reeleição”.
“E não só uma reeleição porque eu penso que também estava dentro do sonho dele garantir uma reeleição apoteótica. Aqui a pandemia acabou por lhe causar dificuldades para esse objetivo, mas o objetivo de reeleição ainda o tem e, portanto, isso foi uma estratégia”, justifica.
Na mesma entrevista, Tiago Mayan Gonçalves acusou o Governo de “total incompetência na gestão da pandemia de Covid-19” e defendeu a demissão da diretora-geral da Saúde, Graça Freitas.
“Eu não entendo porque é que a diretora-geral da Saúde [Graça Freitas] ainda é diretora-geral da Saúde. Não consigo entender, sinceramente”.
Anunciou a candidatura à Presidência da República em 25 de julho de 2020. E a 25 de novembro apresentou-a.
“Venho, não para ser defensor acrítico de um Governo. Mas, para cumprir o papel de moderação e equilíbrio sensato entre governação e o sonho das pessoas, as suas liberdades e as suas vontades”, afirmou na ocasião.
Tiago Mayan defende uma maior distância entre o Presidente da República e o Governo.
“É nas pessoas que se fundamenta o poder político. É a elas que o poder tem que ser devolvido”. Na apresentação da candidatura frisou que vai ao combate “por todos serem aquilo que querem ser, sem amarras e sem o Estado paternalista a comandar as suas vidas, a castrar a sua vontade o seu mérito e a sua criatividade”.
“Venho a este combate pelo direito das pessoas de sonhar. É por cada um desses sonhos que eu venho”.
Na altura recordou os jovens aos quais “o país negou o futuro” e a população mais qualificada de sempre que “foi obrigada a emigrar ou esmagada por impostos”.
E os mais velhos “esquecidos e entregues à sua sorte perante um Estado que falha permanentemente nesse cuidado”.
Candidato liberal à Presidência
Na entrevista à RTP, a 21 de dezembro, o candidato apoiado pela Iniciativa Liberal admitiu que ao candidatar-se a Belém está a lutar por um cargo profissional na política, mas mantem as críticas aos políticos provenientes de juventudes e de aparelhos partidários.
“Estou a candidatar-me a um cargo político. E pretendo ser profissional no exercício desse cargo. O que eu não sou é alguém que fez a sua vida, o seu percurso profissional em juventudes e aparelhos partidários”, frisou.
“Eu não provenho de venho de juventudes e aparelhos partidários que são escolas de vícios. E escolas de acesso a cargos do Estado”.
E acrescenta que “todos os membros da Iniciativa Liberal não começaram nas juventudes partidárias”.
Diz que se candidata à Presidência com uma visão global do cargo.
“Eu sou o candidato liberal à Presidência da República”.As acusações à ministra da Saúde
Na entrevista a João Adelino Faria, o candidato responsabilizou a ministra da Saúde pelas opções tomadas no combate à pandemia de Covid-19 ao afirmar que a ideologia de Marta Temido “matou gente” em Portugal por “cegueira ideológica” anti privados.
“É uma questão de ideologia da senhora ministra da Saúde que matou gente em Portugal. As opções tomadas levaram a dez mil mortes fora Covid-19 em Portugal”.
E acrescenta que “se fosse Presidente aconselhava o Governo a demitir a ministra da Saúde”.
“Uma ministra que recusa utilizar toda a capacidade instalada de saúde no país, para responder à pandemia não serve”.
Tiago Mayan Gonçalves defende que os privados deveriam ter entrado no combate à pandemia “desde março”.
“A resposta à pandemia em Portugal tem sido muito errática”, considerou.
Manifestou ainda oposição ao estado de emergência e contestou as limitações impostas à circulação de pessoas. E defendeu que a testagem é essencial.
“O confinamento só é muito fácil para quem está em teletrabalho a receber o salário por inteiro em casa. Para quem tem Netflix e o frigorífico cheio. Isso soa muito fácil. Mas milhões de portugueses não têm essa possibilidade. Milhões de portugueses estão a ver as suas vidas destruídas com estas medidas”, alertou.
Para Mayan Gonçalves as medidas de confinamento impostas pelo Governo “são até contraproducentes”.
Acrescenta que se fosse Presidente da República não aceitava o estado de emergência que considera “inconstitucional”.
“TAP é um Novo Banco com asas”
O investimento de pelo menos 3,7 milhões de euros do Governo na TAP foi outras das áreas fortemente criticadas pelo candidato na entrevista à RTP.
O investimento de pelo menos 3,7 milhões de euros do Governo na TAP foi outras das áreas fortemente criticadas pelo candidato na entrevista à RTP.
“A TAP é o Novo Banco com asas. A TAP abandonou o país há muito tempo”, afirmou.
Quando questionado sobre se abandonaria a TAP se fosse eleito afirma: “Não quero ser acionista da TAP e acho que os portugueses não devem ser acionistas da TAP”.
“O Governo não deve meter nem mais um euro de dinheiro público na TAP. A TAP se é viável encontrará o seu caminho. Fará o que qualquer empresa em dificuldades faz. Restrutura-se, abre insolvência”, insistiu.
Em relação aos eventuais despedimentos na companhia aérea, Mayan Gonçalves frisou que o que o preocupa “são cem mil postos de trabalho em risco no setor da hotelaria e restauração. Isso é que devia ser prioridade”.
“A TAP se tiver um caminho encontrará. Os acionistas da TAP encontrarão o seu caminho”.
Mais críticas a Marcelo
Para Tiago Mayan Gonçalves, o atual Presidente da República tem sido “o porta-voz de narrativas do Governo”.
“O que move Marcelo Rebelo de Sousa, a sua força motriz é a sua popularidade”.
Na entrevista à RTP, o candidato afirma que daria posse a qualquer situação política mas com acordos escritos.
“Eu teria exigido acordos escritos a esta geringonça. Acordos escritos em que se garantisse o compromisso”.
Apesar de não concordar com este executivo, afirma que o que quer “é um Governo que governe, mas não se emiscue e interfira nos outros órgãos de soberania”.
E dá vários exemplos de interferência do Governo, o caso do Banco de Portugal, a Procuradora-geral da República, Tribunal de Contas, o fim dos debates quinzenais na Assembleia da República.
Em relação ao Orçamento do Estado para 2021, Mayan Gonçalves afirma que não teria o olhar crítico da Iniciativa Liberal.
“Do que eu conheço deste orçamento não há nada que justifique um veto. Não é o rumo que eu penso para o meu país, enquanto cidadão, enquanto liberal. Mas naturalmente eu não vou ser ideólogo na questão do Orçamento”.
Nove mil assinaturas entregues no Palácio Ratton
A 24 de dezembro, 40 minutos antes do final do prazo, formalizou a candidatura junto do Tribunal Constitucional onde entregou nove mil assinaturas e o orçamento da campanha, onde conta gastar menos de 40 mil euros.
Na ocasião, congratulou-se por ir protagonizar a “histórica opção liberal” na corrida à Presidência da República, contra “populistas, socialistas e extremistas”.
“Hoje é um dia histórico porque, finalmente, os portugueses vão ter a opção liberal no boletim de voto no dia 24 de janeiro para a Presidência da República. A opção liberal já existe”, exultou.
Depois formalizar a candidatura no Palácio Ratton lançou mais uma farpa a Marcelo Rebelo de Sousa, ao acusá-lo de não ter pressionado o Governo para usar desde a primeira hora o setor privado de saúde no combate à pandemia de Covid-19.
Tiago Mayan garante que vai dizer a verdade aos portugueses e exigir um país que “garanta Liberdade” para cada qual viver a vida da forma que achar melhor.
“Não direi que ninguém vos vai mentir, vou dizer-vos a verdade”.
O candidato da Iniciativa Liberal promete não dividir o país “em grupos artificiais, explorando ressentimentos, vou reconhecer cada cidadão na sua individualidade”
“Não me remeterei a uma posição de impotência perante desvios éticos noutros órgãos de soberania. E recentrarei a ação política no soberano, que é o cidadão. Com confiança, com ética e com empatia, mas sem paternalismo”.