A direção do PAN vai propor a suspensão imediata de funções e a expulsão do porta-voz regional, Joaquim Sousa, numa reunião da Comissão Política Nacional marcada para hoje, disse Inês Sousa Real à Lusa.
"A proposta por parte da direção será nesse sentido, de suspensão imediata das suas funções e a aplicação de pena máxima de expulsão do partido, porque é inaceitável e constitui uma infração muito grave que alguém com responsabilidades políticas, independentemente de poder concordar ou não com a decisão que os órgãos tomaram da substituição da lista, tenha andado a apelar publicamente à não votação no seu próprio partido e inclusivamente andado a negociar e em conversações com outras forças políticas", indicou.
Inês de Sousa Real indicou que a Comissão Política Nacional do PAN, o órgão máximo de direção política entre congressos, vai reunir-se hoje para analisar o futuro de Joaquim Sousa no partido, apontando que esta questão, que constitui "matéria de infração disciplinar", será tratada internamente, "em sede própria".
A deputada única do Pessoas-Animais-Natureza indicou que Joaquim Sousa ainda é o porta-voz regional do PAN na Madeira, e recusou antecipar o desfecho do processo, mas disse que não se revê "de todo no comportamento" do dirigente regional, que o partido "não pode deixar passar em branco".
Sousa Real salientou que a sua direção "tem toda a confiança em Mónica Freitas, no trabalho que vai desenvolver" e considerou que "não faria qualquer tipo de lógica" que a deputada eleita do PAN na Madeira "se fizesse acompanhar por o atual porta-voz, tendo em conta todo o contexto que aconteceu".
Joaquim Sousa tomou posse como porta-voz da comissão política regional do PAN em novembro de 2022, após uma eleição com lista única. Em julho deste ano, foi indicado como cabeça de lista do partido às eleições regionais da Madeira, mas em vésperas da entrega da candidatura no Tribunal Judicial da Comarca da Madeira, o PAN anunciou a sua substituição por Mónica Freitas, justificando, em comunicado, a decisão com "uma incompatibilidade".
Na quarta-feira, o porta-voz do PAN/Madeira admitiu demitir-se do cargo caso a porta-voz nacional não reconhecesse a ilegalidade do acordo de incidência parlamentar assinado com a coligação PSD/CDS-PP, que venceu as regionais sem maioria absoluta.
Algumas horas depois, a Comissão Política Nacional do partido ratificou o acordo por "ampla maioria".