João Alexandre, Antena1
Em entrevista à Antena 1, Pedro Nuno Santos mostra-se confiante de que vai ser possível "convencer" os patrões a "rever em alta" o acordo de rendimentos assinado em 2022 com os parceiros sociais - e que não contou com a assinatura da CIP e da CGTP.
Posição contrária, diz o secretário-geral do PS, tem Luís Montenegro, o líder da AD, que, segundo Pedro Nuno Santos, não irá "bater-se da mesma forma" para subir os salários dos trabalhadores.
Quanto ao desafio lançado pelo secretário-geral do PCP e candidato da CDU, Paulo Raimundo, para um "choque salarial de alta voltagem", Pedro Nuno Santos mostra reservas, mas afirma: "O nosso adversário é a AD. É aí que há uma verdadeira diferença (...) Aquilo que os portugueses devem saber é que a 10 de março se joga muito do futuro do país e das suas vidas também do ponto de vista salarial".
E renova as críticas a Luís Montenegro e à Aliança Democrática: "Porque, para a AD, os salários não são uma priridade, nunca foram, mesmo que agora estejam nos seus discursos".
Líder do PS acusa Montenegro e Ventura de "desrespeito" pelos adversários e pela democracia
Depois de ouvir o presidente do PSD fazer-lhe reparos sobre a "estabilidade emocional" e na sequência das declarações do líder do Chega, que afirmou, num comício, que "quem ainda estiver a pensar votar no PS tem de tomar a medicação", Pedro Nuno Santos diz não ter dúvidas sobre o alcance das palavras de dois dos candidatos da direita.
"Isso não é dar tudo por tudo. Isso é desrespeitar a democracia e os adversários. Eu não faço esse tipo de campanha e não faço ataques de carácter. Não ataco os meus adversários do ponto de vista pessoal", lamenta o secretário-geral socialista", afirma em entrevista à Antena 1.
E garante: "Tenho respeito por todos e ainda maior respeito pela democracia. Por isso, só lamento essa forma de intervenção política e acho que devemos derrotar essa forma de estar na vida e de nos relacionarmos com os outros".
Dia de reflexão deve manter-se: "Não desmobiliza o eleitorado"
Sobre a possibilidade de se colocar um ponto final no dia de reflexão, e depois de o presidnete da República ter apelado a uma "reponderação", Pedro Nuno Santos mostra-se cético: "Nós podemos ponderar tudo, mas, sinceramente, eu tenho ouvido quem tenha ocupado tempo a falar de uma grande reflexão, mas, sinceramente, nós temos tantos problemas.
E, nesse sentido, recupera uma ideia do secretário-geral do PCP: "O Paulo Raimundo tem razão, o dia de reflexão ajuda-nos a nós - e a vocês jornalistas - a, pelo menos, descansar naquele dia. Não desmobiliza nada o eleitorado. Então agora a responsabilidade da falta de mobilização do eleitorado é do dia de reflexão?", questiona o líder do PS.