Europa em Portugal - "Os portugueses não têm nenhum problema genético com a participação cívica”

por António Jorge

É preciso combater a desconfiança que a sociedade tem dos políticos, e, para isso, contribui decisivamente um maior envolvimento dos cidadãos na tomada de decisão.

É o que defende José Carlos Mota especialista em políticas do território e participação cívica, o professor da Universidade de Aveiro, que liderou projetos de investigação em Lousada, Maia e Serras do Porto.

Em curso, está o Laboratório do Clima em Matosinhos, que tem como objectivo perceber como os munícipes daquele concelho da área metropolitana do Porto podem ter um papel concreto para tomar consciência e concretizar a nível individual uma acção para atenuar a progressão das alterações climáticas.

A investigação em participação cívica tem sido feita em comunidades locais, como foi o caso do Bairro da Anta na Maia, onde vive uma população de etnia cigana, mas, também, com migrantes no perímetro da Universidade de Aveiro.
José Carlos Mota. Fotografia: António Jorge

José Carlos Mota e os parceiros de investigação têm como certo que os processos de participação não representam um problema perante questões do interesse colectivo, pelo contrário, são uma solução, porque a experiência tem ditado que todos participam. É preciso é aplicar a metodologia certa para cada circunstância, diz sem hesitações.
Fotografia: Universidade de Aveiro

O investigador conclui que ouvir as populações em temas de proximidade ou de espectro mais amplo, como a imigração, é essencial. As ferramentas existem, são várias e conhecidas, é essa a transição que falta em Portugal, sublinha José Carlos Mota.
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