Amadora, Lisboa, 17 mar (Lusa) -- As câmaras de videovigilância instaladas no município da Amadora, com o objetivo de prevenir a criminalidade, já se encontram em testes e devem começar a funcionar em "meados de abril", referiu hoje à agência Lusa fonte policial.
"O sistema ainda não está em funcionamento, estamos a testar câmara a câmara e, após os trabalhos de programação e verificação, poderão ficar operacionais a partir de meados de abril", revelou o comandante da Divisão da Amadora da PSP, Luís Pebre.
O responsável confirmou que as 103 câmaras de videovigilância já estão todas instaladas em várias zonas do concelho, mas que se encontram a ser testadas, ainda sem a gravação de imagens.
Além dos testes para verificação da amplitude da imagem a captar em cada zona, estão a ser programadas "as malhas" de encriptação de zonas sensíveis, que não serão visualizadas, como janelas, varandas ou terraços de edifícios de habitação.
"Foram instaladas 103 câmaras de videovigilância nos locais que foram identificados pela PSP como necessários, abrangendo as artérias do concelho onde, nos últimos anos, se verificou um maior índice de criminalidade, nomeadamente ao nível dos crimes de furto e de roubo", informou a Câmara da Amadora.
Segundo uma nota do gabinete da presidente da autarquia, Carla Tavares (PS), "as áreas definidas são principalmente as zonas urbanas, junto aos parques e meios de transporte".
"A videovigilância servirá para a proteção de pessoas e bens, aumentando o sentimento de segurança, prevenindo a criminalidade e apoiando a investigação criminal", salientou a autarquia.
As câmaras de vídeo vão captar exclusivamente imagem, sem som, em áreas urbanas e comerciais consideradas mais críticas, nomeadamente na zona central da cidade da Amadora e na Reboleira, Venteira, Venda Nova, Damaia, Brandoa e Alfornelos.
O visionamento das imagens vai ser assegurado durante 24 horas por dia na Divisão da Amadora, sob a supervisão do centro de controlo do Comando Metropolitano de Lisboa da PSP, em Moscavide (Loures), que assumirá o comando do sistema em situações mais sensíveis relacionadas com a ordem pública, explicou fonte policial.
A ligação entre os dois centros de comando e controlo compete exclusivamente à PSP/Utis, através da Rede Nacional de Segurança Interna, e o investimento para a instalação das câmaras rondou "um milhão de euros", refere a nota da autarquia.
Os dados serão transmitidos através de fibra ótica, investimento de cerca de 900.000 euros suportado pela REN - Redes Energéticas Nacionais, como contrapartida pelo atravessamento de linhas de alta tensão no município.
A presidente da autarquia, em anteriores declarações à Lusa, salientou que a rede de fibra ótica também permitirá a otimização de outros projetos no âmbito das `smart cities` (cidades inteligentes), como a gestão da recolha de resíduos, e "disponibilizar `wi-fi` em todos os parques e zonas da cidade aos munícipes".
O município apresentou o primeiro projeto de videovigilância em 2008, em colaboração com o Comando Metropolitano de Lisboa da PSP, para 113 câmaras, mas o pedido foi recusado após parecer negativo da Comissão Nacional de Proteção de Dados (CNPD).
O projeto foi reformulado, em resposta às observações da CNPD, e teve de ser posteriormente adaptado à nova legislação em 2012.
O novo projeto foi autorizado em 2013, para 103 câmaras em locais com maior índice de "crimes de furto e de roubo", principalmente nas "zonas urbanas, junto aos parques e meios de transporte", notou a autarquia.