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Ursula von der Leyen confirma adiamento da aplicação de tarifas aos EUA

por Graça Andrade Ramos - RTP

A presidente da Comissão Europeia anunciou esta noite em Bruxelas, no final do Conselho Europeu, que a introdução das tarifas aduaneiras da UE a produtos dos EUA vai ser ajustada, acrescentando que "as consequências da resposta não se alteraram".

"Nós por princípio opomo-nos às taxas aduaneiras, achamos que são algo negativo, são como impostos, são más para os consumidores, são más para as empresas, de ambos os lados do Atlântico", afirmou Ursula von der Leyen, acrescentando que a Comissão está a "debater" com a Administração norte-americana a aplicação de tarifas pretendidas por Donald Trump.

"Podemos confirmar que foi ajustado o tempo para forçar" as tarifas da UE em resposta às anunciadas pela Casa Branca, afirmou, considerando que o "impacto da resposta europeia não muda".
Em conferência de imprensa conjunta com o presidente do Conselho Europeu, António Costa, von der Leyen revelou que estão em curso conversação com a administração do republicano Donald Trump, para tentar impedir a aplicação das tarifas de Washington.

A posição surge depois de, na semana passada, a Comissão Europeia (que detém a competência da política comercial na UE) ter anunciado contramedidas às tarifas alfandegárias de 25% impostas pelos Estados Unidos às importações de aço e alumínio.

As contramedidas europeias serão introduzidas em duas fases, a partir de meados de abril, após este adiamento de duas semanas.

De acordo com Bruxelas, estas contramedidas comunitárias valem 26 mil milhões de euros, o mesmo que as tarifas norte-americanas.
UE "não pode ficar bloqueada"

Na conferência de imprensa conjunta ao lado e von der Leyen, e questionado sobre o afastamento da Hungria das conversações sobre a estratégia europeia para a Ucrânia, o presidente do Conselho Europeu defendeu hoje que a instituição "não pode ficar bloqueada" por a Hungria "pensar de forma diferente" ao ser contra o apoio da União Europeia à Ucrânia, desvalorizando a tomada de posição a 26.

"Como sabem, a Hungria tem uma posição diferente da dos outros 26 países sobre como ajudar a Ucrânia a alcançar a paz. Temos de respeitar as diferenças, mas não podemos ficar bloqueados pelo facto de a Hungria pensar de forma diferente de todos os outros", disse o presidente da instituição que junta os chefes de Governo e de Estado da UE, António Costa, falando no final de um Conselho Europeu, em Bruxelas.

"Temos de continuar a atuar e é isso que estamos a fazer", vincou.

Os líderes da UE pediram hoje "verdadeira vontade política" à Rússia para um cessar-fogo na Ucrânia e admitiram aumentar a pressão, num apelo que não foi subscrito pela Hungria, que continua contra o apoio a Kiev.

"Há duas semanas [numa cimeira extraordinária], chegámos a conclusões muito claras sobre a Ucrânia, a 26, e hoje usámos o mesmo método e assim vamos gerindo para permanecer unidos, mas aceitando respeitar as diferenças deste país", adiantou António Costa, falando em "27 nações com uma série de histórias diferentes, culturas diferentes, tradições diferentes, visões diferentes do mundo" que, apesar destas diferenças, têm conseguido "ultrapassar as dificuldades".

Na reunião de alto nível que decorreu hoje em Bruxelas, um texto de conclusões do presidente do Conselho Europeu, António Costa, sobre o apoio da UE à Ucrânia foi subscrito por 26 chefes de Governo e de Estado da UE, incluindo o primeiro-ministro português, Luís Montenegro, e sem contar com a assinatura do líder húngaro, Viktor Orbán.

com Lusa
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