UE estuda contramedidas a tarifas de Trump enquanto tenta negociar
Não a alterações do sistema de IVA, sim a tarifas zero para bens industriais trocados entre a UE e os EUA, a par de uma lista de contramedidas e de contactos com os representantes das indústrias, para estudar medidas políticas. Bruxelas levantou esta segunda-feira o véu sobre o que está a fazer para responder à estratégia tarifária da Administração Trump.
O comissário do Comércio da UE, Maros Sefcovic, garantiu aos jornalistas que a lista deverá estar completa "esta noite". Sefcovic quantificou ainda o impacto das contramedidas que a UE poderá impôr que não deverá ultrapassar os 26 mil milhões de euros.
Bruxelas continua a tentar negociar soluções com Washington. Maros Sefcovic iniciou contactos sexta-feira com as autoridades norte-americanas, mas referiu que os negociadores da UE não têm visto um compromisso que conduza a uma solução mutuamente aceitável.
Um exemplos dos obstáculos é o sistema de IVA - impostos sobre o valor acrescentado – que Donald Trump considera uma barreira comercial adicional. Sefcovic garantiu esta segunda-feira, que a União Europeia não irá alterar o seu sistema de IVA, que descreveu como uma importante fonte de receitas para os Estados-membros. Nas suas declarações aos repórteres, o comissário sublinhou ainda que, se as negociações não conseguirem chegar a acordo, as contramedidas da própria UE sobre as tarifas dos EUA, que terão início a 15 de abril, não poderão ser adiadas
A UE levou para a mesa de negociações uma proposta de tarifas zero para bens industriais em trocas comerciais entre UE e EUA, revelou entretanto a presidente da Comissão Europeia, em conferência de imprensa, na capital belga.
Von der Leyen frisou os "custos enormes" que os novos direitos aduaneiros norte-americanos terão para o bloco europeu e para a economia mundial e sublinhou a disposição da UE para "negociar".
"Este é um ponto de viragem importante para os Estados Unidos, mas estamos prontos a negociar e, por isso, propusemos tarifas zero para os bens industriais, como fizemos com sucesso com muitos outros parceiros comerciais, porque a Europa está sempre pronta para um bom acordo - e mantemo-lo em cima da mesa", referiu a líder da Comissão Europeia.
Ainda assim, de acordo com Ursula von der Leyen, essa "oferta foi feita há muito e repetidamente, por exemplo, no setor automóvel, mas não houve uma reação adequada a essa oferta". Grupo de trabalho
Tais medidas serão concertadas com as indústrias afetadas, garantiu ainda a presidente da Comissão Europeia, mencionando um "contacto estreito" sobretudo com os setores industrial, siderúrgico, automóvel e farmacêutico, especialmente afetados pelas tarifas dos EUA, para "trabalhar em conjunto e minimizar os efeitos mútuos", referiu von der Leyen.