Trabalhadores Rodoviária do Alentejo em greve de cinco horas contra fecho refeitório
Os trabalhadores da Rodoviária do Alentejo adstritos ao terminal de Beja pararam hoje durante cinco horas em protesto contra o encerramento do refeitório, afectando "pontualmente" o serviço, sobretudo as carreiras com partida prevista na cidade.
Contactados pela Agência Lusa, tanto os representantes sindicais, como da empresa admitiram apenas "efeitos pontuais" da grave, uma vez que a paralisação foi convocada para um período habitualmente com menor movimento, entre as 10:00 e as 15:00.
O protesto dos trabalhadores surgiu na sequência do encerramento pela Rodoviária do Alentejo, a 15 de Abril, do espaço que servia como refeitório para cerca de 30 trabalhadores do terminal de Beja.
As cinco horas de greve permitiram aos trabalhadores deslocar-se ao Governo Civil e à Câmara Municipal de Beja para apelar aos respectivos responsáveis que "intercedam e pressionem a empresa" para a resolução do problema.
"Recebemos manifestações de compreensão e de solidariedade", disse à Lusa Eduardo Travassos, da Federação dos Sindicatos de Transportes Rodoviários (FESTRU), manifestando esperança de que tanto o Governo Civil como a autarquia venham a intervir no diferendo.
Em declarações à Agência Lusa, a directora operacional da Rodoviária do Alentejo em Beja, Cristina Valadas, assegurou que a empresa tenciona reabrir o espaço utilizado como refeitório após a realização das obras necessárias.
"Quando existir disponibilidade financeira por parte da empresa, irão ser efectuadas obras de modo a permitir reabrir o espaço", garantiu a responsável, escusando-se a adiantar a data prevista para os trabalhos.
Os trabalhadores criticam a empresa por ter encerrado o espaço sem apresentar "qualquer outra alternativa para que os funcionários pudessem aquecer ou preparar as suas refeições", pelo que, desde então, um grupo de trabalhadores tem almoçado num jardim junto ao terminal.
O diferendo entre os trabalhadores e a empresa em torno do refeitório da gare de Beja começou "há três anos", segundo Eduardo Travassos, devido à alegada falta de condições do espaço, tendo motivado a intervenção da Inspecção Geral de Trabalho (IGT).
Por decisão do Tribunal do Trabalho, sublinhou o responsável, a empresa foi "multada" e, ao invés de fazer obras, "decidiu, de um dia para o outro, encerrar o refeitório".
Depois da greve de hoje, segundo Eduardo Travassos, os trabalhadores vão aguardar por uma resposta da empresa, mas caso não surja prometem novas acções de protesto para o final da próxima semana.