Tesla arranca sessão de Wall Street em queda livre e valor das ações já é metade desde novembro

por RTP
Reuters

As ações da empresa de Elon Musk caíram esta segunda-feira mais de 8 por cento na Bolsa de Nova Iorque, com a construtora de veículos elétricos a ressentir-se das vendas lentas e do declínio acentuado na maioria das cotadas tecnológicas.

Cerca das três da tarde (GMT), as ações da Tesla caíam já 8,87% para 239,51 dólares.

O valor da empresa em mercado era cerca de 700 mil milhões de dólares, metade do que valia em dezembro e depois da eleição do novo presidente norte-americano, Donald Trump, de cuja Administração passou a fazer parte com a incumbência do DOGE (Departamento para a Eficiência Governamental, numa tradução livre), estrutura que está a cortar custos na estrutura federal dos Estados Unidos.

A Tesla não escapa à tendência do afundamento das tecnológicas de Wall Street nesta fase de incerteza na maior economia do mundo, em particular dos “sete magníficos”, cognome dos sete maiores nomes do setor, onde se incluem – além da Tesla – as seguintes empresas: Alphabet (-4,22%), Amazon (-2,45%), Meta (-4,90%), Apple (-5,27%), Microsoft (-3,22%), Nvidia (-4,7%).

Apesar de poder justificar-se com o facto de estar a ser apanhada neste arrastão, a Tesla afunda-se também devido às baixas vendas que está a registar nos últimos meses em alguns dos mercados.

A guerra de tarifas desencadeada pelo presidente Trump contra os maiores parceiros comerciais está a instalar um clima de incerteza nos mercados que chega também às praças bolsistas.

O índice Nasdaq, das tecnológicas de Wall Street, leva agora essa queda de 3% com os títulos a atingirem mínimos de meio ano.

Segundo a Associação de Carros de Passageiros da China, a Tesla vendeu no país 30.688 veículos em fevereiro, o que representa uma queda de 49% em relação ao mesmo período de 2024 quando o contexto na China é até de forte aumento (+82%) das vendas de veículos de "nova energia", categoria que inclui carros elétricos e híbridos.

A mesma tendência verifica-se na Europa, onde, apesar de as matrículas de veículos elétricos terem subido 34% face a 2024, as vendas da Tesla caíram para metade no início do ano, de acordo com dados da Associação de Fabricantes Europeus.

Em França, com um mercado estável e 2.395 veículos matriculados em fevereiro, a empresa de Musk viu as vendas caírem 26% em termos homólogos.

Contribuem para este micro-clima negativo a recente tomada de posições de Elon Musk nos mais variados assuntos norte-americanos e, talvez igualmente pernicioso para o negócio, a participação em atos eleitorais de países europeus ao lado dos partidos de extrema-direita infiltrados de ideologia neo-nazi. Os apelos ao boicote da marca são mais do que muitos e ainda este fim de semana meia centena de cidades por todo o mundo, incluindo Lisboa, se manifestaram contra a Tesla.

c/ agências
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