Resposta a Trump. União Europeia aprova tarifas de 25% a produtos dos EUA

por RTP
A União Europeia vai cobrar tarifas de importação a bens agrícolas e industriais. Foto: Yves Herman - Reuters

A União Europeia aprovou esta quarta-feira, por maioria, a aplicação de tarifas de 25 por cento a produtos norte-americanos dos setores agrícola e industrial. As medidas de retaliação às tarifas aplicadas pelo presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, entram em vigor já na próxima terça-feira.

Apenas a Hungria votou contra a decisão entre os 27 Estados-membros.

A UE considera as tarifas dos EUA injustificadas e prejudiciais, causando danos económicos a ambas as partes, assim como à economia global”, referiu a Comissão Europeia esta tarde em comunicado.

Bruxelas disse ainda ter declarado “a sua clara preferência por encontrar soluções negociadas com os Estados Unidos, que sejam equilibradas e mutuamente benéficas”.

Na ausência dessa negociação, as contramedidas irão entrar em vigor em breve, devendo as taxas de retaliação começar a ser cobradas a partir de 15 de abril.

“Estas contramedidas podem ser suspensas em qualquer altura, se os EUA concordarem com um resultado negociado, justo e equilibrado”.

A União Europeia vai cobrar tarifas de importação a bens agrícolas e industriais, entre os quais a soja, a carne, o sumo de laranja, o tabaco, o ferro, o aço ou o alumínio.

Algumas destas taxas já tinham sido decididas e aplicadas em 2018, durante o primeiro mandato de Donald Trump, mas foram suspensas em 2021.

As tarifas agora aprovadas são sobre produtos que, no ano passado, totalizaram cerca de 21 mil milhões de euros em importações dos Estados Unidos.
As tarifas da UE vão entrar em vigor por fases: 15 de abril, 16 de maio e, por fim, 1 de dezembro, para as amêndoas e a soja.
Para além desta retaliação, Bruxelas está também a analisar que resposta dará às tarifas norte-americanas impostas ao setor automóvel e às taxas de 20 por cento anunciadas por Donald Trump na semana passada.

A aprovação das medidas pelos Estados-membros ocorreu no mesmo dia em que as tarifas "recíprocas" de Trump sobre quase duas centenas de países e territórios entraram em vigor, incluindo taxas de 104 por cento sobre produtos chineses.
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