Tarifas alfandegárias. Banca afunda principais bolsas europeias
A banca estava hoje a afundar-se nas principais bolsas europeias por ser um setor fortemente afetado pela política tarifária agressiva imposta pelo Presidente dos EUA que, se não for flexibilizada, afetará o crescimento económico e aumentará a inflação.
O setor financeiro está a perder valor no mercado de ações porque se espera que as taxas de juro desçam nos mercados devido à recessão económica.
Além disso, os bancos financiam muitas empresas que terão uma classificação de crédito mais baixa quando forem afetadas pelas tarifas.
Às 10h30 em Lisboa, na bolsa de Lisboa, o BCP, único banco do PSI, acentuava as perdas da abertura e caía 7,21% para 0,50 euros. O PSI também acentuava as perdas da abertura e descia 2,01% para 6.827,29 pontos.
À mesma hora, as bolsas de Frankfurt, Milão e Madrid desciam 2,04%, 3,76% e 4,45%, respetivamente, com os bancos cotados em ambas as praças a registarem quedas superiores a 5%.
Na Bolsa de Frankfurt, os bancos e as seguradoras alemãs caíram fortemente nas primeiras fases de negociação devido às preocupações com o crescimento global devido às tarifas do Presidente dos Estados Unidos, Donald Trump.
O Deutsche Bank caía 8,3% para 19,10 euros, o Commerzbank caía 6,2% para 20,23 euros e a seguradora Allianz caía 3,6% para 341 euros.
As ações do Deutsche Bank perderam quase 14% em dois dias e as do Commerzbank 10%.
Em Madrid, a maior queda registava-se no Banco Sabadell, com 8,3%, seguido do BBVA, com 6,9%, do Caixabank, com 6,46%, do Unicaja, com 6,23%, do Bankinter, com 5,85% e do Santander, com 6,01%.
As quedas da Bolsa de Milão são também causadas pelo setor bancário, com o BCA MPS a cair 7,03%, seguido do Banca Popolare, com 6,69%, do Banco Bpm, com 6,65%, do Bper Banca, com 6,16%, do Intesa Sanpaolo, com 6,07%, do Banca Mediolanum, com 5,67%, e do Mediobanca, com 5,01%.
O setor bancário é afetado pela política tarifária agressiva dos EUA, uma vez que as tarifas são impostas ao consumidor, o que, segundo os analistas, conduzirá a um menor crescimento e a uma inflação mais elevada.
A esta hora, o euro desvalorizava-se 0,57% face ao dólar, e era negociado a 1,0976 dólares, depois de ter terminado na quinta-feira a 1,1059 dólares, um máximo desde setembro de 2024.
O preço do petróleo Brent para entrega em junho, a referência na Europa, acentuava a queda e descia 3,23% para 67,87 dólares, contra 70,14 dólares na quinta-feira, depois de ter caído 6% na quinta-feira, arrastado pelo impacto que as tarifas podem ter na procura e depois de a OPEP+ ter decidido aumentar a produção de petróleo a partir de maio.
O preço da onça de ouro, um ativo de refúgio, estava a descer para 3.092,21 dólares, contra 3.107,61 dólares na quinta-feira e o atual máximo histórico, de 3.131,52 dólares, atingido em 2 de abril.
Tendo em conta as consequências económicas da guerra comercial, o mercado estará hoje atento ao relatório de emprego dos EUA e à presença do presidente da Reserva Federal dos EUA, Jerome Powell, no Congresso.
O mercado continua a ser condicionado pelo anúncio de tarifas recíprocas por parte do Presidente dos EUA, Donald Trump, que, no entanto, manifestou a sua disponibilidade para negociar se as ofertas forem "fenomenais".