Subestação elétrica de Tavira é passo importante para interligação com Espanha - secretário de Estado da Energia

por © 2011 LUSA - Agência de Notícias de Portugal, S.A.

Cachopo, Tavira, 28 Out (Lusa) -- O secretário de Estado da Energia destacou a importância da subestação elétrica de Tavira, investimento de 70 milhões de euros realizado pela Rede Eléctrica Nacional e hoje inaugurado, na interligação com Espanha e integração do mercado ibérico de energia.

"A interligação com Espanha é muito importante porque integra nos dois mercados e permite que haja uma bolsa de energia e preços mais baratos e eficientes", afirmou Henrique Gomes, sublinhando também a importância da infraestrutura, com capacidade para receber muito alta tensão (400 kV), para a exportação de energia.

"Vai permitir a exportação da capacidade de produção em regime ordinário das centrais de Sines e, eventualmente, se houver de recursos endógenos na região, de energia solar - no futuro, quando as tecnologias forem mais maduras e mais interessantes do ponto de vista económico -- e da energia eólica", acrescentou.

O governante explicou que "essa energia, não sendo consumida no território ou na região, será iminentemente exportada para a Península Ibérica. Agora, tudo isso está limitado e a Península Ibérica está limitada, porque neste momento tem excesso de produção instalada. E estará limitada enquanto as interligações da Península Ibérica para a Europa não estiverem desenvolvidas. E essa é uma prioridade estratégica dos dois países", garantiu.

Henrique Gomes disse que os dois países terão de fazer "pressão em conjunto" junto dos parceiros e dos fóruns europeus que tratam das questões da energia no sentido de acelerar essa interligação da Península Ibérica com o restante mercado Europeu.

"Não vamos exportar energia produzida em centrais térmicas, porque existem em toda a Europa. Mas quando as tecnologias fotovoltaicas forem mais madura ou até de `off-shore` eólico, podemos exportar certificados verdes e energia para a Europa. Países como o Luxemburgo e a Alemanha precisam de ter certificados verdes para justificarem a sua própria energia e a sua produção de CO2", frisou.

O secretário de Estado da Energia disse que "há aqui uma hipótese de troca de quotas que são interessantes, mas só serão possíveis com muito boas interligações e quando as tecnologias, daqui a uns anos, forem eficientes".

Rui Cartaxo, presidente do Conselho de Administração da REN, afirmou que a subestação de Tavira "é uma infraestrutura das mais importantes da rede nacional" e "tem dois grandes objetivos: a segurança energética e a qualidade do serviço de abastecimento de eletricidade ao sul do país, especialmente ao Algarve e ao Baixo Alentejo, e o aumento da interligação entre Portugal e Espanha".

"Esta interligação é um fator de segurança entre os dois países e um fator de competitividade para os consumidores finais de energia, porque, estando os dois mercados bem integrados, os consumidores ibéricos, quer estejam em Portugal quer em Espanha, têm em todos os momentos acesso à produção de energia elétrica onde ela for mais competitiva e mais económica na Península Ibérica, sem limitações de trânsito de energia através da fronteira entre os dois países", explicou.

Rui Cartaxo disse que a subestação e a rede de muito alta tensão construída até ela e até Espanha "é uma espécie de autoestrada energética" em que a "a energia pode circular entre Portugal e Espanha nos dois sentidos, livremente", em "benefício dos 50 milhões de consumidores que há na Península Ibérica".

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