O presidente executivo da construtora automóvel Stellantis, Carlos Tavares, admitiu a possibilidade de virem a encerrar fábricas de montagem na Europa, na sequência da instalação de fabricantes chineses no continente.
Os veículos elétricos chineses vendidos na Europa terão de pagar impostos de importação até 45% a partir do final de outubro.
Alguns fabricantes chineses, incluindo a BYD, já anunciaram que vão abrir unidades na Europa para evitar estas sobretaxas, situação que pode ser encarada como uma ameaça para a Stellantis, admitiu Carlos Tavares.
“Nada deve ser excluído. Se os chineses conquistarem 10% da quota de mercado na Europa no final da sua ofensiva isso significa que produzirão 1,5 milhões de automóveis. Isto representa sete fábricas de montagem. Os fabricantes europeus terão então de fechá-las ou transferi-las para os chineses”, alertou.
A Volkswagen foi a primeira a ceder, ao mencionar o encerramento de fábricas na Alemanha.
“Da nossa parte não há motivos para aceitar uma quebra do nosso desempenho. Se os chineses progredirem na Europa, mesmo que mantenhamos o nosso ponto de equilíbrio abaixo do limiar de 50% de atividade”, apontou.
A Stellantis já tinha revisto significativamente em baixa as suas metas de margem para 2024, embora tivesse publicado margens superiores a 10% desde a sua criação em 2021.
A Stellantis é um conglomerado multinacional de automóveis que resultou da fusão da Fiat Chrysler Automobiles com a francesa PSA Group.
Em Portugal, a Stellantis detém o Centro de Produção de Mangualde, no distrito de Viseu.