Elon Musk afirmou a potenciais investidores que planeia eliminar quase 75 por cento dos postos de trabalho do Twitter como parte do negócio para aquisição da empresa. Nos próximos seis meses, espera-se cortes nos postos de trabalho, independentemente de quem adquirir a empresa.
Na quinta-feira, a Bloomberg revelou um memorando interno que circulava na sede do Twitter em que se afirmava que “não havia nenhum plano para despedimentos na empresa”.
A possibilidade de Musk comprar a empresa levou à criação de alguns receios entre os funcionários. O Twitter tem estado envolvido, nos últimos meses, numa batalha legal com o multimilionário, após Musk ter tentado afastar-se do negócio de compra do controlo da empresa, num negócio cujo valor ronda os 44 mil milhões de dólares. No entanto, no início deste mês inverteu o rumo e anunciou que afinal avançaria com o negócio.
“O Twitter parece estar sem leme e numa espiral descente e só foi exacerbado por Musk”, afirmou Carl Tobias, professor de Direito na Universidade de Richmond, ao Guardian.
Os recursos humanos da empresa afirmaram aos trabalhadores que em cima da mesa não estava a possibilidade de despedimentos em massa. No entanto, segundo o Washington Post, há documentos que revelam que já existiam planos para despedir funcionários e reduzir os custos de infraestruturas, antes de Musk se oferecer para comprar a empresa.
A atual direção planeava despedir cerca de 25 por cento dos funcionários até ao final do ano. Mas o novo relatório revela que Musk quer reduzir os 7.500 empregados para cerca de duas mil pessoas.
Para Carl Tobias, “os despedimentos vão ter um impacto nas operações diárias do Twitter, incluindo a sua capacidade de moderar conteúdos e combater questões de segurança”.
O relatório a que o Washington Post teve acesso revela ainda que a empresa já tinha antecipado cortes nas infraestruturas, incluindo os centros de dados.
Elon Musk já afirmou que, como proprietário do Twitter, irá abrandar as políticas de moderação de conteúdos e gerir a empresa para um modelo de lucro baseado em assinaturas.
A atual batalha entre Musk e o Twitter começou quando o empresário tentou afastar-se de um negócio para comprar a empresa em maio, depois de alegar que a rede social subestimou o número de contas de bots (programa de software que executa tarefas automatizadas) e spam (conteúdos enviados pelo remetente sem o consentimento do destinatário) na plataforma. Com o Twitter a acusar o milionário de “planear” uma desculpa para se afastar.
O impasse deveria ir a tribunal antes de Musk dar uma reviravolta dramática no início de outubro, afirmando que iria avançar com o negócio nos termos iniciais. O empresário está agora a assegurar o financiamento para finalizar a compra antes da próxima sexta-feira, momento que, por decisão de um juiz, a transição terá de ser finalizada.