O espanhol Santander anunciou esta quarta-feira a compra do também espanhol Banco Popular pela quantia de um euro, no quadro de uma medida de resolução. Com esta operação, o Santander passa a ser o maior banco de Espanha e o Santander Totta torna-se o maior banco privado a operar em Portugal.
Para concretizar esta operação, o Santander tem previsto realizar um aumento de capital de sete mil milhões de euros, um valor “que cobrirá o capital e as provisões necessárias para reforçar o balanço do Banco Popular”, segundo um comunicado enviado pela instituição ao regulador espanhol.Com a compra do Banco Popular, o Santander converte-se na maior instituição bancária de Espanha.
Nos termos de duas notas com as chancelas do Santander e do Fundo de Reestruturação Ordenada Bancária, o processo de aquisição vem acautelar “a segurança dos depositantes do Banco Popular e a ausência de impacto para as Finanças Públicas”.
O Banco Central Europeu sublinha o facto de a compra ocorrer depois de o Banco Popular ter perdido mais de 50 por cento do valor em bolsa, apresentando “uma significativa deterioração da sua posição de liquidez”.
A transação de títulos do Banco Popular foi interrompida pela Comissão Nacional do Mercado de Valores – regulador espanhol – na antecâmera da comunicação do negócio. Na véspera, o Popular somara a oitava sessão em série de desvalorização na praça de Madrid, com a capitalização bolsista a cair em mais de mil milhões de euros para 1.333 milhões: a mais reduzida do índice IBEX 35.
“Maior banco privado em Portugal”
Em Portugal, o Santander Totta passa a deter também os balcões do Banco Popular, menos de dois anos depois de ter adquirido o Banif. Na altura, em finais de 2015, pretendia-se evitar o uso de dinheiros públicos para a resolução de problemas bancários.
E também o Santander Totta difundiu um comunicado sobre o negócio. Para assinalar que, “com esta operação, o Banco Santander torna-se no maior banco em Espanha e o Banco Santander Totta no maior banco privado em Portugal em ativos e no apoio às empresas e às famílias portuguesas”.
“O Banco Santander Totta passa a deter uma quota de mercado de cerca de 17 por cento, tornando-se no maior banco privado português em termos de ativos e de crédito e um dos maiores em termos de recursos”, acentua-se no texto.
“Total normalidade”
O Banco de Portugal veio entretanto garantir que o braço português do espanhol Banco Popular prossegue as operações “com total normalidade, agora integrado num novo grupo bancário”.No comunicado em que avaliza o negócio, a Comissão Europeia refere-se ao Santander como “uma instituição financeira sólida”.
A venda, assinala o supervisor, “não implica qualquer alteração na atividade do banco português” e “protege as poupanças confiadas ao Banco Popular Portugal”, assegurando “a continuidade dos serviços prestados em Portugal e do financiamento à economia”.
A instituição liderada por Carlos Costa estima, por último, que a operação concretizada ao amanhecer desta quarta-feira garante “a estabilidade do Banco Popular Portugal” e “a salvaguarda da estabilidade do sistema financeiro português”.
A aquisição do Banco Popular já mereceu também o carimbo da Comissão Europeia: “A resolução do Banco Popular espanhol foi aprovada ao abrigo das normas de recuperação e resolução bancárias acordadas no âmbito da união bancária após a crise”.
c/ agências