Santa Casa de Lisboa inaugura centro para pessoas que trabalham mas vivem na rua

por Lusa

A cidade de Lisboa vai contar, a partir de hoje, com um centro de acolhimento temporário para pessoas que vivem na rua porque, apesar de trabalharem, os seus rendimentos não lhes permitem alugar ou comprar casa.

A inauguração do Centro de Alojamento Temporário do Grilo, da responsabilidade da Santa Casa da Misericórdia de Lisboa (SCML), acontece às 12:00, com a presença da Ministra do Trabalho, Solidariedade e Segurança Social, Maria do Rosário Palma Ramalho, e é uma resposta específica "para pessoas em situação de sem teto (pessoas que estão a dormir na rua), com idades compreendidas entre os 18 e os 65 anos".

O centro tem capacidade para acolher 48 pessoas, mas pode atingir as 90 vagas no caso de os quartos serem duplos, refere a SCML, que explica que estão destinadas a pessoas que vivam na rua "há menos de um ano, por incapacidade financeira de aceder ao mercado de habitação, embora aufiram rendimentos do trabalho ou da formação".

"Trata-se de um equipamento inovador e essencial que procura responder à necessidade emergente de providenciar alojamento temporário a pessoas que, embora aufiram rendimentos, não conseguem aceder a habitação própria", refere a SCML em comunicado.

A instituição acrescenta que desta forma será reforçada a capacidade instalada de alojamento temporário da SCML e da cidade de Lisboa, complementando a resposta existente e diversificando as respostas por tipo de públicos.

O centro irá também "facilitar o trabalho das equipas do NPISA -- Núcleo de Planeamento e Integração das Pessoas em Situação de Sem-Abrigo e do atendimento da Unidade de Emergência da SCML, passando a contar com mais uma resposta para poder encaminhar pessoas que se encontram naquela situação".

Segundo a SCML, esta nova resposta irá contar com "uma equipa técnica multidisciplinar, que contribuirá para o desenvolvimento de um modelo de intervenção e acompanhamento integrado, centrado na pessoa, ou seja, no indivíduo, na família e na comunidade".

Com a abertura deste novo centro de acolhimento, a instituição passa a ter cinco equipamentos de alojamento temporário e de emergência direcionados para públicos específicos, nomeadamente ex-reclusos, jovens com percursos de institucionalização, mulheres com filhos ou pessoas com necessidade de acompanhamento terapêutico.

Dados do Ministério do Trabalho, Solidariedade e Segurança (MTSSS) mostram que até ao dia 31 de dezembro de 2023 havia 4.871 pessoas em situação de sem-abrigo na área metropolitana de Lisboa, 3.378 das quais na cidade de Lisboa.

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