A adoção de sanções pela União Europeia a Israel, devido a violações humanitárias na ofensiva em Gaza é "improvável" e implicaria uma decisão unânime dos Estados-membros, esclareceu hoje Bruxelas.
"Para haver sanções os Estados-membros precisam, com unanimidade, de concordar", esclareceu o `lead spokesperson` do alto representante e vice-presidente da Comissão Europeia, Peter Stano, que falava aos jornalistas, em Bruxelas.
Tendo em conta a ligação histórica de alguns Estados a Israel, não é provável que tal venha a acontecer, notou a Comissão Europeia, ressalvando que, de momento, este assunto não está a ser discutido.
Este responsável vincou ainda que a União Europeia reconhece o direito de Israel defender-se, tendo em conta que o país foi atacado.
Contudo, essa resposta deve respeitar o direito internacional.
Alguns países-membros, mais recentemente a Espanha e a Bélgica, têm criticado a destruição de Gaza e o número elevado de vítimas mortais causados pelas forças israelitas.
Na passada quinta-feira, e no decurso de um encontro em Jerusalém com o primeiro-ministro israelita Benjamin Netanyahu, o chefe do recém-empossado Governo de Espanha aproveitou para confirmar a sua posição na União Europeia (UE), ao criticar com veemência os bombardeamentos israelitas na Faixa de Gaza.
"O mundo inteiro está chocado com as imagens que vemos diariamente. O número de palestinianos mortos é totalmente insuportável", disse Sánchez durante a reunião na qual também participou o primeiro-ministro belga Alexander De Croo.
Sánchez não hesitou em mencionar a "urgente" necessidade de "terminar com a catástrofe humanitária em curso", ao contrário de outros dirigentes europeus que se têm solidarizado com o líder israelita -- na sequência da primeira visita a Israel das presidentes da Comissão Europeia Ursula Von de Leyen e da presidente do Parlamento Europeu Roberta Metsola alguns dias após os ataques do Hamas e o início da guerra em Gaza.
Em 07 de outubro, o Hamas -- classificado como organização terrorista pelos Estados Unidos, a União Europeia e Israel - efetuou um ataque de dimensões sem precedentes a território israelita, fazendo mais de 1.400 mortos, na maioria civis, e mais de 200 reféns, que mantém em cativeiro na Faixa de Gaza.
Iniciou-se então uma forte retaliação de Israel àquele enclave palestiniano pobre e desde 2007 controlado pelo Hamas, com cortes do abastecimento de comida, água, eletricidade e combustível e bombardeamentos diários, seguidos de uma ofensiva terrestre que completou na quinta-feira o cerco à cidade de Gaza.