Ryanair alvo de investigação devido a possível publicidade enganosa
O Ministério espanhol dos Assuntos do Consumidor abriu uma investigação sobre a publicidade da empresa irlandesa Ryanair. Em causa, está uma denúncia da associação de consumidores Facua por uma possível publicidade enganosa.
“As emissões médias da empresa são 66 gramas por passageiro e quilómetro, uma percentagem significativamente menor do que as outras grandes companhias aéreas europeias”, defendeu uma porta-voz da Ryanair.
A Direção Geral de Consumo solicitou à Agência Espanhola de Segurança Aérea (AESA) informações sobre as estatísticas das emissões de CO2 das diferentes empresas de transporte aéreo. Além disso, a Diretoria Geral de Assuntos do Consumidor solicitou à Autocontrol, um órgão independente de autorregulação do setor publicitário, a emissão de uma opinião relativa à campanha publicitária.
No seu site, a Ryanair diz que é “a companhia aérea com as menores emissões da Europa”, justificando que “a média de CO2 por passageiro e quilómetro da Ryanair é a mais baixa do setor, tendo conseguido reduzi-la de 82 gramas para 66 gramas na última década, quase metade em comparação com os níveis de emissão de outras grandes companhias aéreas do setor europeu que geram uma média de 120 gramas”.
A companhia aérea publicou ainda um documento intitulado de “O grupo de companhias aéreas mais limpas e ecológicas da Europa. Política Ambiental 2-2020”. Neste, é feita uma comparação com as empresas EasyJet, IAG, AF-KLM e Lufthansa nos anos de 2013 a 2018.
Contudo, a associação de consumidores Facua critica o facto de o relatório ter apenas como referência um grupo muito pequeno de empresas do setor, além de omitir dados para 2019. Existem ainda indicações de que a reivindicação de ser a "empresa mais limpa e ecológica da Europa" necessita de fundamentos reais.
A Autoridade Reguladora de Publicidade do Reino Unido também acusou a Ryanair de enganar o público, intimou a companhia aérea a ponderar a remoção desta campanha, dado que transmite uma mensagem falsa sobre as suas emissões.
“Realizamos essa campanha publicitária com sucesso em diferentes países da Europa, incluindo em Espanha. É preciso ter em mente que nem todas as companhias aéreas são iguais ao emitir as suas emissões de CO2. Ter uma frota jovem e altos fatores de carga são factores que ajudam a reduzir as emissões de CO2 em companhias aéreas de baixo custo”, acrescentou.
No que diz respeito à campanha no Reino Unido, a porta-voz referiu que naquele país “pequenos ajustes tiveram de ser feitos na campanha, a pedido dos órgãos competentes”.
“Ficámos surpreendidos ao ter de fazer estas alterações, pois essa mesma mensagem foi aprovada em outros mercados e, além disso, fornecemos todos os dados e materiais de suporte necessários”, finalizou a porta-voz.