As reservas internacionais líquidas moçambicanas recuaram ligeiramente em novembro, pelo segundo mês consecutivo, para 3.671 milhões de dólares (3.485 milhões de euros), mas cobrindo mais de cinco meses de importações, segundo dados oficiais.
De acordo com dados estatísticos do Banco de Moçambique, relativos a novembro, as reservas cobrem 3,9 meses das necessidades de importação estimadas para este ano, e 5,1 meses excluindo os denominados Grandes Projetos, essencialmente de mineração e gás natural.
As reservas - em moeda estrangeira - tinham atingido em julho os 3.807 milhões de dólares (3.614 milhões de euros), um recorde em três anos.
Em outubro as reservas recuaram 1%, o que se repetiu em novembro, influenciado sobretudo pelas transferências dos bancos, no valor de 142,8 milhões de dólares (136,5 milhões de euros), mas que também aprovisionaram 104 milhões de dólares (98,7 milhões de euros).
No espaço de um mês, as reservas contaram também com um reforço de 12,5 milhões de dólares (11,9 milhões de euros) relativos a juros de depósitos.
O governador do Banco de Moçambique descreveu no domingo as reservas de moeda estrangeira do país como confortáveis, mas deixou uma garantia.
"Não vamos queimar reserva e não estamos a queimar reserva. Elas continuam ali para permitir o funcionamento normal do nosso país e das nossas instituições", disse o Rogério Zandamela, ao apontar, em Maputo, as perspetivas económicas para o país no médio prazo.
Face à falta de divisas no mercado interno, os empresários moçambicanos têm insistido na necessidade de o banco central aliviar os coeficientes de reservas obrigatórias em moeda estrangeira, que obrigam atualmente os bancos a depositarem 39,5% do total no banco central, quando em 2022 era de 11,5%.