A Reserva Especial do Niassa, norte de Moçambique, vai voltar a receber turistas, depois de ter suspendido visitas na sequência de ataques armados entre dezembro e janeiro, disse hoje fonte do governo da província do Niassa.
Faruk da Costa, dirigente de Cultura e Turismo da Província do Niassa, avançou, em declarações à emissora pública Rádio Moçambique, que a reserva voltou a ficar segura, graças à ação das Forças de Defesa e Segurança (FDS) contra grupos armados que atacaram o distrito de Mecula, onde se situa a maior extensão do empreendimento.
Costa assinalou que a reabertura da reserva para turistas vai gerar receitas e criar oportunidades de emprego para as comunidades que vivem em redor.
A Reserva Especial do Niassa é a maior área protegida em Moçambique, com 42.400 quilómetros quadrados, cobrindo áreas da província que lhe dá nome e da província de Cabo Delgado.
Entre finais de 2021 e início de 2022, Mecula foi palco de ataques de grupos armados que o Governo moçambicano assume que fugiram da província vizinha de Cabo Delgado, onde forças moçambicanas e internacionais têm colocado os insurgentes sob pressão.
Os ataques obrigaram à fuga de 3.700 habitantes, mas a ação das forças governamentais e as dificuldades dos grupos armados em adaptar-se ao terreno na província do Niassa ajudaram a restabelecer a tranquilidade nos últimos meses.
A província de Cabo Delgado é rica em gás natural, mas aterrorizada desde 2017 por rebeldes armados, sendo alguns ataques reclamados pelo grupo extremista Estado Islâmico.
Há 784 mil deslocados internos devido ao conflito, de acordo com a Organização Internacional das Migrações (OIM), e cerca de 4.000 mortes, segundo o projeto de registo de conflitos ACLED.