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Reguladores dos Estados Unidos querem ver a Google a vender o Chrome

por Carla Quirino - RTP
Ilustração de Dado Ruvic - Reuters

O Google controla cerca de 90 por cento do mercado de buscas online e, por esta razão, o Departamento de Justiça dos Estados Unidos pede em tribunal que o gigante da tecnologia seja forçado a vender o browser Chrome. A gigante tecnológica é acusa de violar a lei da concorrência.

O pedido do Departamento de Justiça e de um grupo de Estados – num documento de de 23 páginas - abre caminho a que o grupo tecnológico seja submetido ao pagamento de multas significativas. Visa não apenas o monopólio do Google em matéria de motores de busca, mas também trava as crescentes ambições na área da inteligência artificial.

O navegador Chrome, da Google, pode valer perto de 20 mil milhões de dólares (19,01 mil milhões de euros)
, se os tribunais norte-americanos determinarem a venda da ferramenta digital, de acordo com a Bloomberg.As autoridades norte-americanas anti-monopólio dizem que deve também ser recolhido o licenciamento de dados da IA, mas a gigante digital alega que as propostas vão prejudicar os utilizadores.

Além da venda do navegador mais popular do mundo, o Departamento de Justiça quer proibir a empresa de assinar acordos milionários com os produtores de dispositivos de telecomunicações como iPhones, Android e outros, de forma a garantir que o motor de busca do Google deixe de ser a opção padrão.

No processo judicial desencadeado esta semana, as autoridades anticoncorrência argumentaram que uma cisão do Chrome poderia ajudar a evitar “a recorrência de um monopólio ilegal”.

“O terreno de jogo não está nivelado por causa da conduta da Google e a sua qualidade reflete os ganhos ilícitos de uma vantagem adquirida ilegalmente”, escrevem os advogados do Governo Federal norte-americano.

“A solução deve fechar essa lacuna e privar A Google dessas vantagens”, acrescentam.As alterações propostas pretendem uma regulamentação rigorosa do Google durante dez anos, sujeitando-o à supervisão do mesmo tribunal federal de Washington que decidiu que a empresa mantinha um monopólio ilegal em pesquisas online e publicidade associada.

“O comportamento ilegal da Google privou os rivais não apenas de canais de distribuição essenciais, mas também de parceiros de distribuição que poderiam permitir a entrada de concorrentes nesses mercados de formas inovadoras”, declarou o Departamento de Justiça dos EUA.

O Google, da Alphabet Inc. deverá apresentar uma contraproposta em dezembro.

O juiz Mehta agendou a próxima sessão do julgamento destas propostas para abril de 2025. Porém, o presidente eleito, Donald Trump, e o próximo chefe do Departamento de Justiça podem intervir e mudar o curso do caso.
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