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Regulador timorense saúda "boas notícias" sobre projeto de gás natural Chuditch-1

por Lusa

O presidente do regulador timorense do setor petrolífero considerou hoje "muito boas notícias para Timor-Leste" as notícias sobre os potenciais recursos de gás disponíveis no poço Chuditch-1 localizado no Mar de Timor.

"São muito boas notícias para Timor-Leste. O relatório e os estudos justificam o potencial do bloco e é bom ver mais interesse em torno ao projeto que é positivo para o bem de Timor-Leste", disse à Lusa o presidente da Autoridade Nacional do Petróleo e Minerais (ANPM), Gualdino da Silva.

As estimativas iniciais apontam para que o campo, a ser desenvolvido numa parceira entre Timor-Leste e a SundaGas, poderá representar receitas de mil milhões de dólares (907 milhões de euros).

Ainda assim, Gualdino da Silva lembrou que "ainda está a decorrer a fase de exploração", com informação da existência "de outras estruturas próximas que podem ter hidrocarbonetos e gás em particular".

Gualdino da Silva reagia a noticias de que as ações da petrolífera Baron Oil, uma das empresas envolvidas no projeto aumentaram 400% na última semana depois de a empresa confirmar potenciais acima do previsto no Chuditch-1.

O responsável da ANPM disse que a SundaGas tem "feito todos os esforços para reunir capital para a preparação para a perfuração, processo que requer muito capital".

"Nos próximos três anos estaremos ainda em exploração, incluindo análises sísmicas e outros dados, e depois teremos a perfuração. A estimativa é de que o retorno comece a surgir dentro de quatro ou cinco anos", referiu.

O consórcio SundaGas PSC (Contrato de Partilha de Produção, na sigla em inglês) é detido em 75% pela SundaGas e 25% por uma subsidiária da petrolífera timorense Timor Gap, a Chuditch Unipessoal.

A partilha, que seguiu precedentes idênticos de outros PSC no Mar de Timor, implica que a SundaGas, empresa com sede em Singapura, "assuma o risco associado" à exploração das reservas de gás no campo TL-SO-19-16, conhecido como Chuditch.

Ainda assim, as receitas para Timor-Leste são maiores, já que o Estado recebe "40% dos lucros", valor que "irá diretamente para o Fundo Petrolífero", com a TimorGap a receber 25% dos restantes 60%, sublinhou.

Na primeira fase da exploração, a TimorGap não terá de fazer qualquer investimento.

Segundo a imprensa finnaceira, um responsável da Baron Oil disse que os dados históricos recolhidos pela Shell mostram o potencial do poço, confirmando que a empresa tem previsto investir no projeto que está a desenvolver no âmbito do consórcio SundaGas TLS, onde detém 25% de participação indireta.

"A informação do relatório da Shell dá indicações claras do potencial significativo de hidrocarbonetos no âmbito do contrato de partilha de produção (PSC) e esse é o motivo pelo qual a Baron continua a manter os seus direitos de investimento desde 2014", afirmou Malcolm Butler.

"Agora que o Chuditch PSC foi confirmado, o programa de trabalho nos próximos anos está desenhado para definir de forma mais clara a dimensão e os potenciais de outros poços possíveis próximos", explicou.

Desde o início da semana as ações subiram 400% na bolsa inglesa.

Butler lembrou as mudanças registadas em Timor-Leste nos últimos anos, especialmente a ratificação do novo Tratado de Fronteiras Marítimas com a Austrália, em 2019.

"Além disso, os mercados de gás cresceram significativamente na Ásia Pacífico e na região do Mar de Timor, infraestruturas associadas a unidades de GNL foram estabelecidas", afirmou aos jornalistas.

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