"Realisticamente otimista". Marcelo insiste na convicção de que "vai haver Orçamento"
Foto: António Cotrim - Lusa
O presidente da República insiste que a única boa solução é haver Orçamento do Estado para 2025 e descreve-se como "realisticamente otimista". Marcelo Rebelo de Sousa afirma que, neste momento, há "razões maiores" do que noutros momentos para que tal aconteça.
Depois de ter acenado, nos últimos dias, com um quadro de "crise política e económica", em caso de chumbo da proposta de Orçamento do Estado, o presidente carregou na ideia de que "a única solução boa" é a viabilização.
"Neste caso há razões maiores do que noutras circunstâncias para haver Orçamento. Nas outras circunstâncias havia, para mim como fundamental que houvesse Orçamento, mas havia razões de peso e de vário sentido que iam contra isso. Aqui não há", sustentou o chefe de Estado.Na ótica advogada por Marcelo, "o mundo está mais complicado do que estava" quando outros orçamentos foram reprovados no crivo do Parlamento, referindo os contextos das guerras na Ucrânia e no Médio Oriente.
"Há neste momento condições mundiais e europeias que significam que o orçamento é mais importante do que era noutros momentos da vida portuguesa", insistiu.
"Todas as outras soluções não são boas"
O presidente da República reteraria que "todas as outras soluções" para lá da aprovação do Orçamento do Estado "não são boas soluções".
"E por isso eu disse que é essa a solução que está em cima da mesa, há passos que vão ser dados e que penso que vão ser bem dados e portanto vai haver o que é necessário para o orçamento ser votado na generalidade e depois na votação final global", vincou. Para acrescentar: "Aquilo que os portugueses querem é que haja Orçamento".
Quanto à reunião entre o líder do PS, Pedro Nuno Santos, e o primeiro-ministro, Luís Montenegro, agendada para sexta-feira, Marcelo Rebelo de Sousa afirmou manter uma "especial expectativa quanto a haver Orçamento". "
"Continuo assim. Acredito que vai haver Orçamento e que será votado na altura devida", rematou.
"Aproximação de posições"
Horas antes, a partir da sede da ONU, em Nova Iorque, o primeiro-ministro afirmava esperar que, no encontro com o líder dos socialistas, uma "aproximação de posições" relativamente à proposta de Orçamento do Estado para o próximo ano.
"Espero, naturalmente, que ela possa desembocar numa aproximação de posições que seja passível de viabilizar o Orçamento. Acho que isso é aquilo que não é o meu desejo, acho que é o desejo de todos os portugueses", quis enfatizar.A conferência de líderes debruçou-se na quarta-feira sobre uma proposta de calendário para o debate na generalidade do Orçamento do Estado para 2025 a 30 e 31 de outubro, com a votação final global a 28 de novembro.
Montenegro disse-se ainda comprometido com o objetivo de "dar a Portugal um Orçamento do Estado para 2025 e em não dar instabilidade política, social e económica ao país".
Na passada terça-feira, o secretário-geral do PS manifestou a expectativa de que o Governo abra a porta às propostas que vai apresentar na reunião de sexta-feira.
"Só não haverá Orçamento se o Governo não quiser, se o Governo não perceber que não tendo maioria absoluta tem de ceder ao PS. A questão não tem a ver connosco ou com o nosso programa, mais do que isso. Tem a ver com conseguirmos que algumas medidas que são negativas não constem do orçamento e que algumas propostas sejam introduzidas no orçamento", disse.
c/ Lusa