Partiu na semana passada de Singapura, em direção ao Brasil, para a viagem inaugural, um navio de carga com velas especiais, de origem e parte da construção britânicas, movido a energia do vento. A primeira viagem constitui um primeiro teste no mar da tecnologia de "asas de vento" que pretende revolucionar o transporte marítimo.
Ao ser transportado pelo vento, poderá reduzir eventualmente as emissões em 30 por cento. Isto devido à utilização das velas rígidas WindWings (asas de vento, em português), uma tecnologia pioneira desenvolvida pela empresa britânica BAR Technologies e produzida pela sueca Yara Marine Technologies, cujo objetivo é reduzir o consumo combustível e a pegada de carbono do transporte marítimo, por consequência.Rumo a uma redução de emissões, o Pyxis Ocean não dependerá unicamente do seu motor para chegar ao destino.
Com o tamanho de uma asa, 37,5 metros de altura cada, as WindWings abrem-se quando o navio está no mar e dobram-se no porto, foram construídas para serem duradouras com o mesmo material das turbinas eólicas.
A viagem do Pyxis Ocean, um navio Kamsarmax da Mitsubishi Corporation e equipado pela Cargill, demorará cerca de seis semanas a chegar ao destino final e assume-se como um ponto de viragem para a indústria marítima.
“Traçar um rumo para um futuro mais ecológico” é a esperança depositada nesta nova tecnologia segundo, conta à BBC, a Cargill, a empresa de transportes marítimo que equipou o navio.
A indústria marítima responsável por cerca de 2,1 por cento das emissões globais de CO2, de acordo com as estimativas está numa “viagem para descarbonizar”, disse Jan Dieleman, presidente da Cargill Ocean transportation, à BBC.
"Este é um dos projetos mais lentos que já fizemos, mas sem dúvida com o maior impacto para o planeta", afirmou à BBC, John Cooper, diretor da empresa britânica BAR Technologies, responsável pelo desenvolvimento da tecnologia WindWings.
Um regresso ao futuro “muito risonho”
“Prevejo que, em 2025, metade dos navios recém-construídos serão encomendados com propulsão eólica”, disse John Cooper.A poupança “é a razão pela qual estou tão confiante” acrescentou John Cooper, também citado pela BBC.
“Uma tonelada e meia de combustível por dia. Se colocarmos quatro asas num navio, poupamos seis toneladas de combustível e 20 toneladas de CO2 por dia. Os números são enormes".
“Prevejo que, em 2025, metade dos navios recém-construídos serão encomendados com propulsão eólica”, disse John Cooper.A poupança “é a razão pela qual estou tão confiante” acrescentou John Cooper, também citado pela BBC.
“Uma tonelada e meia de combustível por dia. Se colocarmos quatro asas num navio, poupamos seis toneladas de combustível e 20 toneladas de CO2 por dia. Os números são enormes".
O navio partiu de Singapura rumo ao porto de Paranaguá, no Estado do Paraná no Brasil. O navio encontrava-se na Ásia depois de as velas concebidas no Reino Unido terem sido instaladas nos estaleiros COSCO, em Xangai, na China, devido aos custos de produção, nomeadamente do preço do aço. “É uma pena, eu adoraria ter construído no Reino Unido” contou John Cooper à BBC.
O avanço rumo à descarbonização do setor do transporte marítimo, através do recurso à energia eólica, é fundamental para alcançar o compromisso, acordado pela União Europeia (UE) em julho de 2023, em reduzir os gases responsáveis pelo aquecimento do planeta para zero "até 2050 ou por volta dessa data".
No entanto e embora as tecnologias relacionadas com o vento, como as WindWings, estejam a ganhar força nos últimos anos, os especialistas consideram o objetivo ambicioso já que a indústria marítima é responsável pela produção anual de 837 milhões de toneladas de CO2.
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